Disc 1 | ||||||
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1. |
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Vem,
Eu vou pousar a mao no teu quadril Multiplicar-te os pes por muitos mil Fita o ceu, Roda: A dor Define nossa vida toda Mas estes passos lancam moda E dirao ao mundo por onde ir. As vezes tu te voltas para mim Na danca, sem te dares conta enfim Que tambem Amas Mas, ah! Somos apenas dois mulatos Fazendo poses nos retratos Que a luz imprimiu de nos. Se desbotassemos, outros revelar-nos-iamos no Carnaval. Roubemo-nos ao deus Tempo e nos demos de graca "a beleza total, vem. Nos, Cartao Postal com touros em Madri, O Corcovado e o Redentor daqui, Salvador, Roma Amor, Onde quer que estejamos juntos Multiplicar-se-ao assuntos de maos e pes E desvaos do ser. |
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2. |
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Tropecavas nos astros desastrada
Quase nao tinhamos livros em casa E a cidade nao tinha livraria Mas os livros que em nossa vida entraram Sao como a radiacao de um corpo negro Apontando pra a expansao do Universo Porque a frase, o conceito, o enredo, o verso (E, sem duvida, sobretudo o verso) E o que pode lancar mundos no mundo Tropecavas nos astros desastrada Sem saber que a ventura e a desventura Dessa estrada que vai do nada ao nada Sao livros e o luar contra a cultura Os livros sao objetos transcendentes Mas podemos ama-los do amor tactil Que votamos aos macos de cigarro Doma-los, cultiva-los em aquarios Em estantes, gaiolas, em fogueiras Ou lanca-los pra fora das janelas (Talvez isso nos livre de lancarmo-nos) Ou o que e muito pior por odiarmo-los Podemos simplesmente escrever um: Encher de vas palavras muitas paginas E de mais confusao as prateleiras Tropecavas nos astros desastrada Mas pra mim foste a estrela entre as estrelas |
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3. |
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4. |
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Uma canoa canoa
Varando a manha de norte a sul Deusa da lenda na proa Levanta uma tocha na mao Todos os homens do mundo Voltaram seus olhos naquela direcao Sente-se o gosto do vento Cantando nos vidros nome doce da cunha: Manhattan, Manhattan Manhattan, Manhattan Um remoinho de dinheiro Varre o mundo inteiro, um leve leviata E aqui dancam guerras no meio Da paz das moradas de amor Ah! Pra onde vai, quando for Essa imensa alegria, toda essa exaltacao Ah! Solidao, multidao Que menina bonita mordendo a polpa da maca: Manhattan, Manhattan Manhattan, Manhattan |
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5. |
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Lira Paulistana
Musica doideca Funk carioca Londresselvas em flor Jorjao Viradouro Arnaldo Olodum Tita Funk carioca Arrigo Tom Ze Miguel Lucas Valdemente Chelpa Ferro Mangue bit beat Carioca Lira Paulistana Gay Chicago negro alemao Bossa nova Gay Chicago negro alemao Timbalada Gay Chicago negro alemao Viradouro Gay Chicago negro alemao Axe Music Gay Chicago negro alemao Lira Paulistana Musica doideca Funk carioca Lodresselvas em flor Banda feminina da Dida Dida de Banda feminina da Dida Banda tropicalia de Tom Ze Tomze de Banda tropicalia de Tomze Tomze de Banda Dida Dida Dida de Banda Banda Chicago negro alemao bossa nova Chicago negro alemao |
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6. |
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7. |
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Um tom pra cantar
Um tom pra falar Um tom pra viver Um tom para a cor Um tom para o som Um tom para o ser Ah como e bom dormir Ah como e bom despertar O ceu e mais aqui Um tom e um bom lugar Tanta coisa que cabe Tanta pode caber Canta e pode fazer cantar Nova felicidade Novo tudo de bom Deixa-se cantar um tom Um tom pra gritar Um tom pra calar Um tom pra dizer Um tom para a voz Um tom para mim Um tom pra voce Um tom para todos nos |
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8. |
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How beautiful could a being be
How beautiful could a being be How beautiful could a being be How beautiful could a being be How beautiful could a being be How beautiful could a being be How beautiful could a being be How beautiful could a being be Could a being be Could a being be Could a being be Could a being be Could a being be How beautiful could a being be How beautiful could a being be How beautiful could a being be How beautiful could a being be How beautiful could a being be How beautiful could a being be How beautiful could a being be How beautiful could a being be How beautiful could a being be Could a being be Could a being be Could a being be Could a being be Could a being be How beautiful could a being be |
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9. |
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’Stamos em pleno mar
Era um sonho dantesco... o tombadilho Que das luzernas avermelha o brilho ? Em sangue a se banhar Tinir de ferros... estalar do acoite... Legioes de homens negros como a noite ? Horrendos a dancar... Negras mulheres, suspendendo as tetas Magras criancas, cujas bocas pretas ? Rega o sangue das maes: Outras, mocas... mas nuas, espantadas No turbilhao de espectros arrastadas ? Em ansia e magoa vas E ri-se a orquestra, ironica, estridente... E da ronda fantastica a serpente Faz doudas espirais... Se o velho arqueja... se no chao resvala Ouvem-se gritos... o chicote estala E voam mais e mais... Presa dos elos de uma so cadeia A multidao faminta cambaleia E chora e danca ali! Um de raiva delira, outro enlouquece... Outro, que de martirios embrutece Cantando, geme e ri! No entanto o capitao manda a manobra E apos, fitando o ceu que se desdobra Tao puro sobre o mar Diz do fumo entre os densos nevoeiros: ?Vibrai rijo o chicote, marinheiros! Fazei-os mais dancar!...“ E ri-se a orquestra ironica, estridente... E da ronda fantastica a serpente Faz doudas espirais! Qual num sonho dantesco as sombras voam... Gritos, ais, maldicoes, preces ressoam! E ri-se Satanaz!... Senhor Deus dos desgracados! Dizei-me vos, Senhor Deus! Se e loucura... se e verdade Tanto horror perante os ceus... O mar, por que nao apagas Co'a esponja de tuas vagas De teu manto este borrao?... Astros! noite! tempestades! Rolai das imensidades! Varrei os mares, tufao!... Quem sao estes desgracados Que nao encontram em vos Mais que o rir calmo da turba Que excita a furia do algoz? Quem sao?... Se a estrela se cala Se a vaga a pressa resvala Como um cumplice fugaz Perante a noite confusa... Dize-o tu, severa musa Musa liberrima, audaz! Sao os filhos do deserto Onde a terra esposa a luz Onde voa em campo aberto A tribo dos homens nus... Sao os guerreiros ousados Que com os tigres mosqueados Combatem na solidao... Homens simples, fortes, bravos... Hoje miseros escravos Sem ar, sem luz, sem razao... Sao mulheres desgracadas Como Agar o foi tambem Que sedentas, alquebradas De longe... bem longe vem... Trazendo com tibios passos Filhos e algemas nos bracos N'alma lagrimas e fel Como Agar sofrendo tanto Que nem o leite do pranto Tem que dar para Ismael... La nas areias infindas Das palmeiras no pais Nasceram criancas lindas Viveram mocas gentis... Passa um dia a caravana Quando a virgem na cabana Cisma das noites nos veus... ...Adeus! o choca do monte!... ...Adeus! palmeiras da fonte!... ...Adeus! amores... adeus!... Senhor Deus dos desgracados! Dizei-me vos, Senhor Deus! Se eu deliro... ou se e verdade Tanto horror perante os ceus... O mar, por que nao apagas Co'a esponja de tuas vagas De teu manto este borrao? Astros! noite! tempestades! Rolai das imensidades! Varrei os mares, tufao!... E existe um povo que a bandeira empresta P'ra cobrir tanta infamia e cobardia!... E deixa-a transformar-se nessa festa Em manto impuro de bacante fria!... Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira e esta Que impudente na gavea tripudia?!... Silencio!... Musa! chora, chora tanto Que o pavilhao se lave no seu pranto... Auriverde pendao de minha terra Que a brisa do Brasil beija e balanca Estandarte que a luz do sol encerra E as promessas divinas da esperanca... Tu, que da liberdade apos a guerra Foste hasteado dos herois na lanca Antes te houvessem roto na batalha Que servires a um povo de mortalha!... Fatalidade atroz que a mente esmaga! Extingue nesta hora o brigue imundo O trilho que Colombo abriu na vaga Como um iris no pelago profundo!... ...Mas e infamia demais... da eterea plaga Levantai-vos, herois do Novo Mundo... Andrada! Arranca este pendao dos ares! Colombo! Fecha a porta de teus mares! |
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10. |
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11. |
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Minha voz, minha vida
Meu segredo e minha revelacao Minha luz escondida Minha bussola e minha desorientacao Se o amor escraviza Mas e a unica libertacao Minha voz e precisa Vida que nao e menos minha que da cancao Por ser feliz, por sofrer Por esperar, eu canto Pra ser feliz, pra sofrer Para esperar eu canto Meu amor, acredite Que se pode crescer assim pra nos Uma flor sem limite E somente por que eu trago a vida aqui na voz Minha voz, minha vida Meu segredo e minha revelacao Minha luz escondida Minha bussola e minha desorientacao Se o amor escraviza Mas e a unica libertacao Minha voz e precisa Vida que nao e menos minha que da cancao Por ser feliz, por sofrer Por esperar, eu canto Pra ser feliz, pra sofrer Para esperar eu canto Meu amor, acredite Que se pode crescer assim pra nos Uma flor sem limite E somente por que eu trago a vida aqui na voz |
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12. |
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Ele nasceu no mes do leao, sua mae uma bacante
E o rei seu pai, um conquistador tao valente Que o principe adolescente pensou que ja nada restaria Pra, se ele chegasse a rei, conquistar por si so. Mas muito cedo ele se revelou um menino extraordinario: O corpo de bronze, os olhos cor de chuva e os cabelos cor de sol. Alexandre, refrao De Olimpia e Felipe o menino nasceu, mas ele aprendeu | 2x Que o seu pai o raio que veio do ceu Ele escolheu seu cavalo Por parecer indomavel E pos-lhe o nome Bucefalo ao domina-lo Para jubilo, espanto e escandalo do seu proprio pai Que contratou para seu perceptor um sabio de Estagira Cuja a cabeca sustenta ainda hoje o Ocidente O nome Aristoteles - nome Aristoteles - se repetiria Desde esses tempos ate nossos tempos e alem. Ele ensinou o jovem Alexandre a sentir filosofia Pra que mais que forte e valente chegasse ele a ser sabio tambem. refrao Ainda crianca ele surpreendeu importantes visitantes Vindos como embaixadores do Imperio da Persia Pois os recebeu, na ausencia de Felipe, com gestos elegantes De que o rei, seu proprio pai, nao seria capaz. Em breve estaria ao lado de Felipe no campo de batalha E assinalaria seu nome na historia entre os grandes generais. refrao Com Hefestiao, seu amado Seu bem na paz e na guerra, Correu em honrra de Patroclo - os dois corpos nus - Junto ao tumulo de Aquiles,o heroi enamorado, o amor Na grande batalha de Queroneia, Alexandre destruia A esquadra Sagrada de Tebas, chamada e Invencivel. Aos dezesseis anos, so dezesseis anos, assim ja exibia Toda a amplidao da luz do seu genio militar. Olimpia incitava o menino dourado a afirma-se Se Felipe deixava a familia da mae de outro filho dos seus seinsinuar. refrao Feito rei aos vinte anos Transformou a Macedonia, Que era um reino periferico, dito barbaro Em esteio do helenismo e dois gregos, seu futuro, seu sol O grande Alexandre, o Grande, Alexandre Conquistou o Egito e a Persia Fundou cidades , cortou o no gordio, foi grande; Se embriagou de poder, alto e fundo, fundando o nosso mundo, Foi generoso e malvado, magnanimo e cruel; Casou com uma persa, misturando racas, mudou-nos terra, ceu emar, Morreu muito moco, mas antes impos-se do Punjab a Gilbraltar. |
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13. |
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14. |
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