Disc 1 | ||||||
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1. |
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Minha voz, minha vida
Meu segredo e minha revelacao Minha luz escondida Minha bussola e minha desorientacao Se o amor escraviza Mas e a unica libertacao Minha voz e precisa Vida que nao e menos minha que da cancao Por ser feliz, por sofrer, por esperar Eu canto Pra ser feliz, pra sofrer, pra esperar eu canto Meu amor, acredite Que se pode crescer assim pra nos Uma flor sem limite E somente por que eu trago a vida aqui na voz |
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2. |
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Sei que ao meu coracao so lhe resta escolher
Os caminhos que a dor sutilmente tracou Para lhe aprisionar Nem lhe cabe sonhar com o que definhou Vou me repreender pra nao mais me envolver Nessas tramas de amor Eu bem sei que nos dois somos bem desiguais Para que martelar, insistir, reprisar Tanto faz, tanto fez Eu por mim desisti, me cansei de fugir Eu por mim decretei que fali, e dai? Eu jurei para mim nao botar nunca mais Minhas maos pelos pes Mas que tanta mentira eu ando pregando Supondo talvez me enganar Mas que tanta crueza Se em mim a certeza e maior do que tudo o que ha Todas as vezes que eu sonho E voce que me rouba a justeza do sono E voce quem invade bem sonso e covarde As noites que eu tento dormir meio em paz Sei que mais cedo ou mais tarde Vou ter que expulsar todo o mal Que voce me rogou Custe o que me custar Vou desanuviar toda a dor que voce me causou Eu vou me redimir e existir, mas sem ter que ouvir As mentiras mais loucas Que alguem ja pregou nesse mundo pra mim Sei que ao meu coracao so lhe resta escolher Os caminhos que a dor sutilmente tracou Para lhe aprisionar Nem lhe cabe sonhar com o que definhou Vou me repreender pra nao mais me envolver Nessas tramas de amor Eu bem sei que nos dois somos bem desiguais Para que martelar, insistir, reprisar Tanto faz, tanto fez Eu por mim desisti, me cansei de fugir Eu por mim decretei que fali, e dai? Eu jurei para mim nao botar nunca mais Minhas maos pelos pes Sei que mais cedo ou mais tarde Vai ter um covarde pedindo perdao Mas sei tambem que o meu coracao Nao vai querer se curvar so de humilhacao |
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3. |
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Coro de cor
Sombra de som de cor de mal-me-quer De mal-me-quer de bem De bem me diz De me dizendo assim serei feliz Serei feliz de flor De flor em flor De samba em samba em som de vai e vem De verde, verde ver pe de capim Bico de pena, pio de bem-te-vi Amanhecendo assim perto de mim Perto da claridade da manha A grama, a lama, tudo e minha irma De samba em samba em som de vai e vem De verde, verde ver pe de capim Bico de pena, pio de bem-te-vi Amanhecendo assim perto de mim Perto da claridade da manha A grama, a lama, tudo e minha irma A rama, o sapo, o salto de uma ra |
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4. |
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O amor e um grande laco
Um passo pr'uma armadilha Um lobo correndo em circulo Pra alimentar a matilha Comparo sua chegada Com a fuga de uma ilha: Tanto engorda quanto mata Feito desgosto de filha, de filha O amor e como um raio Galopando em desafio Abre fendas cobre vales Revolta as aguas dos rios Quem tentar seguir seu rastro Se perdera no caminho Na pureza de um limao Ou na solidao do espinho O amor e a agonia Cerraram fogo no espaco Brigando horas a fio O cio vence o cansaco E o coracao de que ama Fica faltando um pedaco Que nem a lua minguando Que nem o meu nos seus bracos. |
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5. |
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Assim se passaram dez anos
Sem eu ver teu rosto, sem olhar seus olhos Sem beijar teus labios assim Foi tao grande a pena que sentiu a minh'alma Ao recordar que tu foste meu primeiro amor Recordo, junto a uma fonte nos encontramos E alegre foi aquela tarde para nos dois Recordo quando a noite abriu seu manto E o canto daquela fonte nos envolveu O sono fechou meus olhos me adormecendo Senti tua boca linda a murmurar Abraca-me, por favor, minha vida E o resto desse romance so sabe Deus |
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6. |
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Va, se mande, junte tudo que voce puder levar
Ande, tudo que parece seu e bom que agarre ja Seu filho feio e louco ficou so Chorando feito fogo a luz do sol Os alquimistas ja estao no corredor E nao tem mais nada, negro amor A estrada pra voce e o jogo e a indecencia Junte tudo que voce conseguiu por coincidencia E o pintor de rua que anda so Desenha a maluquice em seu lencol Sob seus pes o ceu tambem rachou E nao tem mais nada, negro amor Seus marinheiros mareados abandonam o mar Seus guerreiros desarmados nao vao mais lutar Seu namorado ja vai dando o fora Levando os cobertores, e agora? Ate o tapete sem voce voou E nao tem mais nada, negro amor As pedras do caminho, deixe para tras Esqueca os mortos que eles nao levantam mais O vagabundo esmola pela rua Vestindo a mesma roupa que foi sua Risque outro fosforo, outra vida, outra luz, outra cor E nao tem mais nada, negro amor |
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7. |
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8. |
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Te perdoo
Por fazeres mil perguntas Que em vidas que andam juntas Ninguem faz Te perdoo Por pedires perdao Por me amares demais Te perdoo Te perdoo por ligares Pra todos os lugares De onde eu vim Te perdoo Por ergueres a mao Por bateres em mim Te perdoo Quando anseio pelo instante de sair E rodar exuberante E me perder de ti Te perdoo Por quereres me ver Aprendendo a mentir [te mentir, te mentir] Te perdoo Por contares minhas horas Nas minhas demoras por ai Te perdoo Te perdoo porque choras Quando eu choro de rir Te perdoo por te trair. |
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9. |
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10. |
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Lavar roupa todo dia,
Que agonia Na quebrada da soleira, Que chovia Ate sonhar de madrugada Uma moca sem mancada Uma mulher nao deve vacilar Eu entendo a juventude Transviada E o auxilio luxuoso De um pandeiro Ate sonhar de madrugada Uma moca sem mancada Uma mulher nao deve vacilar Cada cara representa uma mentira Nascimento, vida e morte, Quem diria Ate sonhar de madrugada Uma moca sem mancada Uma mulher nao deve vacilar Hoje pode transformar E o que diria a juventude Um dia voce vai chorar Vejo claras fantasias Lavar roupa todo dia, Que agonia Na quebrada da soleira, Que chovia Ate sonhar de madrugada Uma moca sem mancada Uma mulher nao deve vacilar |
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11. |
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Borzeguim deixa as fraudas ao vento
E vem dancar, e vem dancar Hoje e sexta feira de manha Hoje e sexta feira Deixa o mato crescer em paz Deixa o mato crescer Deixa o mato Deixa Nao quer fogo, quero agua (Deixa o mato crescer em paz) Nao quer fogo, quero agua (Deixa o mato crescer) Hoje e Sexta Feira da Paixao Sexta feira santa Todo dia e dia de perdao Todo dia e dia santo Todo santo dia Ah, e vem Joao, e vem Maria Todo dia e dia de folia Ah, e vem Joao, e vem Maria Todo dia e dia O chao no chao O pe na pedra O pe no ceu Deixa o tatu bola no lugar Deixa a capivara atravessar Deixa a anta cruzar o ribeirao Deixa o indio vivo no sertao Deixa o indio vivo nu Deixa o indio vivo Deixa o indio Deixa Escuta o mato crescendo em paz Escuta o mato crescendo Escuta o mato Escuta Escuta o vento cantando no arvoredo Passarim passarao no passaredo Deixa a india criar seu curumim Va embora daqui coisa ruim Some logo Va embora Em nome de Deus Borzeguim deixa as fraudas ao vento E vem dancar, e vem dancar O jacu ja ta velho na fruteira O lagarto teiu ta na soleira Uiracu foi rever a cordilheira Gaviao grande e bicho sem fronteira Cutucurim Gaviao ao, gaviao ao, gaviao ao, Caapora do mato e capitao Ele e dono da mata e do sertao Caapora do mato e guardiao E vigia da mata e do sertao Deixa a onca viva na floresta Deixa o peixe n'agua que e uma festa |
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12. |
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Baiana que entra (na roda) no samba
S fica parada No canta, no samba No (bole) mexe, nem nada No sabe deixar A mocidade louca... Baiana aquela Que entra no samba De qualquer maneira Que mexe, remexe, D n nas cadeiras E deixa a moada Com gua na boca... A falsa baiana Quando (cai) entra no samba Ningum se incomoda Ningum bate palma Ningum abre a roda Ningum grita "ba! salve a Bahia, sinh!" Mas a gente gosta Quando uma baiana (Quebra) requebra direitinho De cima embaixo (Revira) e vira os olhinhos (E diz:) Dizendo "Eu sou filha De so Salvador!" |
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13. |
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E se eu te telefonar
Se mandar te buscar Der o braco a torcer Sei que irias ganhar E eu nao iria perder Da outra vez eu sofri Te magoei, me feri Foi dificil aprender Que quando chega a paixao Justamente a razao E a primeira a ceder Mas as palavras vazias Rolaram na mesa Pesaram o ar Eu nao sabia pedir Tu nao sabias perdoar Mulher nascida pra amar Tenho que obedecer O que o destino quis E satisfeita dizer Que sofrer de amor So me deixa feliz |
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14. |
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Encontrei o meu pedao na avenida de camisa amarela
Cantando a florisbela, oi, a florisbela Convidei-o a voltar pra casa em minha companhia Exibiu-me um sorriso de ironia Desapareceu no turbilho da galeria No estava (muito) nada bom O meu pedao na verdade estava bem mamado Bem chumbado Atravessado Foi por a cambaleando Se acabando Num cordo Com um reco-reco na mo Mais tarde o encontrei num caf zurrapa Do largo da Lapa Folio de raa Bebendo o quinto copo de cachaa Voltou s sete horas da manh, mas s na quarta-feira Cantando a jardineira, oi, a jardineira Me pediu ainda meio zonzo um copo d'gua com bicarbonato Meu pedao estava ruim de fato Pois caiu na cama e no tirou nem o sapato E roncou uma semana Despertou mal-humorado quis brigar comigo Que perigo! Mas eu no ligo O meu pedao me domina Me fascina Ele o "tal" Por isso no levo mal pegou a camisa amarela Botou fogo nela Gosto dele assim Passou a brincadeira ele pra mim! |