Disc 1 | ||||||
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1. |
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Vela leva a seta tesa
Rema na mare Rima mira a terca certa E zera a reza Zera a reza, meu amor Canta o pagode do nosso viver Que a gente pode entre dor e prazer Pagar pra ver o que pode E o que nao pode ser A pureza desse amor Espalha espelhos pelo carnaval E cada cara e corpo e desigual Sabe o que e bom e o que e mau Chao e ceu E e seu e meu E eu sou quem nao morre nunca Vela leva a seta tesa Rema na mare Rima mira a terca certa E zera a reza |
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2. |
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A escravidao permanecera por muito tempo como a caracteristica nacional do Brasil.
Ela espalhou por nossas vastas solidoes uma grande suavidade; seu contato foi a primeira forma que recebeu a natureza virgem do pais, e foi a que ele guardou; ela povoou-o como se fosse uma religiao natural e viva, com os seus mitos, suas legendas, seus encantamentos; insuflou-lhe sua alma infantil, suas tristezas sem pesar, suas lagrimas sem amargor, seu silencio sem concentracao, suas alegrias sem causa, sua felicidade sem dia seguinte... E ela o suspiro indefinivel que exalam ao luar as nossas noites do norte. |
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3. |
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Dia 13 de maio em Santo Amaro
Na Praca do Mercado Os pretos celebravam (Talvez hoje inda o facam) O fim da escravidao Da escravidao O fim da escravidao Tanta pindoba! Lembro do alua Lembro da manicoba Foguetes no ar |
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4. |
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Angola, Congo, Benguela,
Monjolo,Cabinda, Mina, Quiloa, Rebolo Aqui onde estão os homens Há um grande leilão Dizem que nele há uma princesa à venda Que veio junto com seus súditos Acorrentados num carro de boi Eu quero ver Eu quero ver Eu quero ver Eu quero ver Angola, Congo, Benguela, Monjolo,Cabinda, Mina, Quiloa, Rebolo Aqui onde estão os homens De um lado cana-de-açúcar De outro lado, o cafezal Ao centro, os senhores sentados Vendo a colheita do algodão branco Sendo colhido por mãos negras Eu quero ver Eu quero ver Eu quero ver Eu quero ver Quando Zumbi chegar O que vai acontecer Zumbi é o senhor das guerras Senhor das demandas Quando Zumbi chega É Zumbi é quem manda Eu quero ver Eu quero ver Eu quero ver Eu quero ver Angola Congo Benguela Monjolo Cabinda Mona Quiloa Rebolo |
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5. |
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6. |
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7. |
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Meca a cabeca do boi:
Um CD colado a testa Adornaram-no pra a festa Do que foi. Desca a metade Do que eternamente nasce: Na face que e iridescente O gente, da-se a cidade Abra a cabeca do boi: Por tras do CD um moco Nesse cabra uma serpente Cobra la dentro do osso Posso nao crer na verdade Mas ela dobra comigo: Abrigo em mim a cidade Cantiga de boi e densa Nao se danca nem se entende Doenca, cura e repente E desafio ao destino Menino ja tem saudade Do que mal surgiu a frente: Alma, CD, boi, cidade Purificacao do adro O quadro produz-se ali Luz o paralelepipedo Limpido cristal de olhar Grecia, Roma e Cristandade O CD refrata o tempo ? ? Templo-espaco da cidade |
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8. |
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Para de ondular, agora, cobra coral:
a fim de que eu copie as cores com que te adornas, a fim de que eu faca um colar para dar a minha amada, a fim de que tua beleza teu langor tua elegancia reinem sobre as cobras nao corais |
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9. |
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10. |
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Meu Rio
Perto da favela do Muquico Eu menino ja entendia isso Um gosto de Susticau Bale no Municipal Quintino: Um coreto Entrevisto do passar do trem Nos nos lembramos bem Baianos, paraenses e pernambucanos: Ar morno pardo parado Mar perola Verde onda de cetim frio Meu Rio Longe da favela do Muquico Tudo no meu coracao Esperava o bom do som: Joao Tom Jobim Tracou por fim Por sobre mim Teu monte-ceu Teu proprio deus Cidade Vista do outro lado da baia De ouro e fogo no findar do dia Nas tardes daquele entao Te amei no meu coracao Te amo Em silencio Daqui do Saco de Sao Francisco Eu cobicava o risco Da vida Nesses predios todos, nessas ruas Rapazes maus, mocas nuas O teu carnaval E um vapor luzidio E eu rio Dentro da favela do Muquico Mangueira no coracao Guadalupe em mim e Fundacao Solidao Maracana Samba-cancao Sem pai nem mae Sem nada meu Meu Rio |
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11. |
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12. |
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Voce provocou
Tempestades solares no meu coracao Com as mucosas venenosas de sua alma de mulher Voce faz o que quer Voce me exasperou Voce nao sabe viver onde eu sou Entao adeus ou seja outra Alguem que aguente o sol |