Disc 1 | ||||||
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1. |
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Caminhando contra o vento
Sem lenco, sem documento No sol de quase dezembro Eu vou O sol se reparte em crimes Espaconaves, guerrilhas Em Cardinales bonitas Eu vou Em caras de presidentes Em grandes beijos de amor Em dentes, pernas, bandeiras Bomba e Brigitte Bardot O sol nas bancas de revista Me enche de alegria e preguica Quem la tanta noticia Eu vou Por entre fotos e nomes Os olhos cheios de cores O peito cheio de amores vaos Eu vou Por que nao, por que nao Ela pensa em casamento E eu nunca mais fui a escola Sem lenco, sem documento Eu vou Eu tomo uma coca-cola Ela pensa em casamento E uma cancao me consola Eu vou Por entre fotos e nomes Sem livros e sem fuzil Sem fome, sem telefone No coracao do Brasil Ela nem sabe ate pensei Em cantar na televisao O sol e tao bonito Eu vou Sem lenco, sem documento Nada no bolso ou nas maos Eu quero seguir vivendo, amor Eu vou Por que nao? Por que nao? |
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2. |
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3. |
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4. |
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Toda essa gente se engana
Entao finge que nao ve que Eu nasci pra ser o superbacana Super-homem, superflit, superfink, superist Superbacana Estilhacos, sobre Copacabana O mundo em Copacabana Tudo em Copacabana, Copacabana O mundo explode longe muito longe O sol responde e o tempo esconde E o vento espalha e as migalhas Caem todas sobre Copacabana Me engana esconde o super amendoim E o espinafre biotonico No comando do aviao supersonico Do parque eletronico do poder atomico Do avanco economico A moeda n° 1 do Tio Patinhas Nao e minha Um batalhao de cowboys com Arrancada da legiao super-herois E o superbacana Vou sonhando ate explodir colorido No sol dos cinco sentidos Nada no bolso ou nas maos Um instante monstro |
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5. |
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6. |
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7. |
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Shy moon
Hiding in the haze I can see your white face Hope you can hear my tune Shy moon Why didn't you stop her Don't you know I suffer And you'll watch me cry soon Shy moon Glow through the pollution Find me a solution I'll wait on the high dune Shy moon |
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8. |
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Um amor assim delicado
Voce pega e despreza Nao o devia ter despertado Ajoelha e nao reza Dessa coisa que mete medo Pela sua grandeza Nao sou o unico culpado Disso eu tenho certeza Princesa, surpresa Voce me arrasou Serpente, nem sente Que me envenenou Senhora, e agora? Me diga onde eu vou Senhora, serpente, princesa Um amor assim violento Quanto torna-se magoa E o avesso de um sentimento Oceano sem agua Ondas, desejos de vinganca Nessa desnatureza Bateu forte sem esperanca Contra tua dureza Um amor assim delicado Nem um homem daria Talvez tenha sido pecado Apostar na alegria Voce pensa que eu tenho tudo E vazio me deixa Mas Deus nao quer que eu fique mudo E eu te grito essa queixa Princesa, surpresa Voce me arrasou Serpente, nem sente Que me envenenou Senhora, e agora? Me diga onde eu vou Amiga, me diga . . . |
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9. |
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Alguma coisa acontece no meu coracao
Que so quando cruza a Ipiranga e a Avenida Sao Joao E que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi Da dura poesia concreta de tuas esquinas Da deselegancia discreta de tuas meninas Ainda nao havia para mim Rita Lee, a tua mais completa traducao Alguma coisa acontece no meu coracao Que so quando cruza a Ipiranga e a Avenida Sao Joao Quando eu te encarei frente a frente nao vi o meu rosto Chamei de mau gosto o que vi De mau gosto, mau gosto E que Narciso acha feio o que nao e espelho E a mente apavora o que ainda nao e mesmo velho Nada do que nao era antes quando nao somos mutantes E foste um dificil comeco Afasto o que nao conheco E quem vem de outro sonho feliz de cidade Aprende depressa a chamar-te de realidade Porque es o avesso do avesso do avesso do avesso Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas Da forca da grana que ergue e destroi coisas belas Da feia fumaca que sobe apagando as estrelas Eu vejo surgir teus poetas de campos e espacos Tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva Panamericas de Africas utopicas, tumulo do samba Mas possivel novo quilombo de Zumbi E os novos baianos passeiam na tua garoa E novos baianos te podem curtir numa boa |
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10. |
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Enquanto os homens exercem seus podres poderes
Motos e fuscas avancam os sinais vermelhos E perdem os verdes Somos uns bossais Queria querer gritar setessentas mil vezes Como sao lindos, como sao lindos os burgueses E os japoneses Mas tudo e muito mais Sera que nunca faremos senao confirmar A incompetencia da America Catolica Que sempre precisara de ridiculos tiranos? Sera sera que sera que sera que sera? Sera que essa minha estupida retorica Tera que soar, tera que se ouvir por mais zil anos? Enquanto os homens exercem seus podres poderes Índios e padres e bichas, negros e mulheres E adolescentes Fazem o carnava Queria querer cantar afinado com eles Silenciar em respeito ao seu transe, num extase Ser indecente, mas tudo e muito ma Ou entao cada paisano e cada capataz Com sua burrice fara jorrar sangue demais Nos pantanais, nas cidades, caatingas E nos gerai. Sera que apenas os Hermetismos Pascoais E os tons e os mil tons, seus sons e seus dons geniais Nos salvam, nos salvaram dessas trevas E nada mais? Enquanto os homens exercem seus podres poderes Morrer e matar de fome, de raiva e de sede Sao tantas vezes gestos naturais Eu quero aproximar o meu cantar vagabundo Daqueles que velam pela alegria do mundo Indo mais fundo Tins e bens e tais |
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11. |
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12. |
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13. |
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Deixe eu dancar
Pro meu corpo ficar odara Minha cara Minha cuca ficar odara Deixe eu cantar Que e pro mundo ficar odara Pra ficar tudo joia rara Qualquer coisa que se sonhara Canto e danco e dara |
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14. |
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Esse papo seu ta qualquer coisa
Voce ja ta pra la de Marrakesh Mexe qualquer coisa dentro doida Ja qualquer coisa doida dentro mexe Nao se avexe nao, baiao de dois Deixe de manha, deixe de manha, pois Sem essa aranha Sem essa aranha Sem essa aranha Nem a sanha arranha o carro Nemo carro arranha a Espanha Meca: tamanha Meca: tamanha Esse papo seu ja ta de manha Berro pelo aterro, pelo desterro Berro por seu berro, pelo seu erro Quero que voce ganhe Que voce me apanhe Sou o seu bezerro gritando mamae Esse papo meu ta qualquer coisa E voce ta pra la de Teera Qualquer coisa Voce ja ta pra la de Marrakesh |
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15. |
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16. |
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O melhor o tempo esconde
Longe, muito longe Mas bem dentro aqui Quando o bonde dava a volta ali No cais de Araujo Pinho Tamarinderinho Nunca me esqueci Onde o imperador fez xixi Cana doce Santo Amaro Gosto muito raro Trago em mim por ti E uma estrela sempre a luzir Bonde da Trilhos Ubanos Vao passando os anos E eu nao te perdi Meu trabalho e te traduzir Rua da Matriz ao Conde No trole ou no bonde Tudo e bom de ver Sao Popo do Maculele Mas aquela curva aberta, Aquela coisa certa Nao da pra entender O Apolo e o rio Subae Pena de pavao de Krishna Maravilha, vixe Maria mae de Deus Sera que esses olhos sao meus? Cinema transcendental Trilhos Urbanos, Gal Cantando o Balance Como eu sei lembrar de voce |
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17. |
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A franja da encosta, cor de laranja
Capim rosa cha O mel desses olhos luz Mel de cor impar O ouro ainda nao bem verde da serra A prata do trem A lua e a estrela Anel de turquesa Os atomos todos dancam Madruga, reluz neblina Criancas cor de roma entram no vaguao O oliva da nuvem chumbo ficando pra tres da manha E a seda azul do papel que envolve a maca As casas tao verde e rosa Que vao passando ao nos ver passar Os dois lados da janela E aquela num tom de azul quase inexistente Azul que nao ha Azul que e pura memoria de algum lugar Teu cabelo preto, explicito objeto Castanhos labios Ou pra ser exato labios cor de acai E assim trem das cores Sabios projetos tocar na central E o ceu de um azul celeste, celestial |
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18. |
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Nada dessa cica de palavra triste em mim na boca
Travo trava mae e pai alma buena dicha louca Neca desse sono de nunca jamais nem never more Sem dizer que sim pra Silu pra Dede pra Dadi e Do Crista do desejo o destino deslinda-se em beleza: Outras palavras Todo seu azul, todo ceu, todo azul e furtacor Tudo meu amor tudo mel tudo amor e ouro e sol Na televisao na palavra no atimo no chao Quero essa mulher solamente para mim mas muito mais Rima pra que faz tanto mas tudo dor amor e gozo: Outras palavras Nem vem que nao tem vem que tem coracao tamanho trem Como na palavra palavra a palavra estou em mim E fora de mim quando voce parece que nao da Voce que diz que diz em silencio o que eu nao desejo ouvir Tem me feito muito feliz mas agora minha filha: Outras palavras Quase Joao Gil Ben muito bem mas barroco como eu Cerebro maquinas palavra sentidos coracoes Hiperestesia Buarque voila tu sais de cor Tinjo-me romantico mas sou vadio computador So que sofri tanto que grita porem daqui pra frente: Outras palavras Para fins gatins alphaluz sexonhei la gerrapaz Ouraxe palavoras driz oke cris expacial Projeitinho imanso ciumortevida vidavid Lambetelho fruturu orgasmaravilha-me Logun Homenina parais de felicidadania: Outras palavras |
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19. |
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Nao me amarra dinheiro nao
Mas formosura Dinheiro nao A pele escura Dinheiro nao A carne dura Dinheiro nao Moca preta do curuzu Beleza pura Federacao Beleza pura Boca do Rio Beleza pura Dinheiro nao Quando essa preta comeca a tratar do cabelo Conchas do mar Ela manda buscar pra botar no cabelo Toda minucia Toda delicia Nao me amarra dinheiro nao Mas elegancia Nao me amarra dinheiro nao Mas a cultura Dinheiro nao A pele escura Dinheiro nao A carne dura Dinheiro nao Moco lindo do Badaue Beleza pura Do Ie Aiye Beleza pura Dinheiro yeah Beleza pura Dinheiro nao Dentro daquele turbante do Filho de Gandhi E o que ha Tudo e chique demais, tudo e muito elegante Manda botar Fina palha da costa e que tudo se trance Todos os buzios Todos os ocios Nao me amarra dinheiro nao Mas os misterios |