Disc 1 | ||||||
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1. |
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Quando voce me deixou, meu bem
Me disse pra ser feliz e passar bem Quis morrer de ciume, quase enlouqueci Mas depois, como era de costume, obedeci Quando voce me quiser rever Ja vai me encontrar refeita, pode crer Olhos no olhos, quero ver o que voce faz Ao sentir que sem voce eu passo bem demais E que venho ate remocando Me pego cantando Sem mais nem porque E tantas aguas rolaram Quantos homens me amaram Bem mais e melhor que voce Quando talvez precisar de mim 'Ce sabe a casa e sempre sua, venha sim Olhos nos olhos, quero ver o que voce diz Quero ver como suporta me ver tao feliz |
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2. |
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Carolina, nos seus olhos fundos guarda tanta dor, a dor de todo esse mundo
Eu ja lhe expliquei, que nao vai dar, seu pranto nao vai nada ajudar Eu ja convidei para dancar, e hora, ja sei, de aproveitar La fora, amor, uma rosa nasceu, todo mundo sambou, uma estrela caiu Eu bem que mostrei sorrindo, pela janela, ah que lindo Mas Carolina nao viu . . . Carolina, nos seus olhos tristes, guarda tanto amor, o amor que ja nao existe Eu bem que avisei, vai acabar, de tudo lhe dei para aceitar Mil versos cantei pra lhe agradar, agora nao sei como explicar La fora, amor, uma rosa morreu, uma festa acabou, nosso barco partiu Eu bem que mostrei a ela, o tempo passou na janela e so Carolina nao viu . . . |
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3. |
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Oh, musa do meu fado
Oh, minha mae gentil Te deixo consternado No primeiro abril Mas nao se tao ingrata Nao esquece quem te amou E em tua densa mata Se perdeu e se encontrou Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal Ainda vai tornar-se um imenso Portugal "Sabe, no fundo eu sou um sentimental Todos nos herdamos no sangue lusitano uma boa dosagem de lirismo (alem da sifilis, e claro) Mesmo quando as minhas maos estao ocupadas em torturar, esganar, trucidar Meu coracao fecha os olhos e sinceramente chora..." Com avencas na caatinga Alecrins no canavial Licores na moringa Um vinho tropical E a linda mulata Com rendas do alentejo De quem numa bravata Arrebata um beijo Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal Ainda vai tornar-se um imenso Portugal "Meu coracao tem um sereno jeito E as minhas maos o golpe duro e presto De tal maneira que, depois de feito Desencontrado, eu mesmo me contesto Se trago as maos distantes do meu peito E que ha distancia entre intencao e gesto E se o meu coracao nas maos estreito Me assombra a subita impressao de incesto Quando me encontro no calor da luta Ostento a aguda empunhadora a proa Mas meu peito se desabotoa E se a sentenca se anuncia bruta Mais que depressa a mao cega executa Pois que senao o coracao perdoa" Guitarras e sanfonas Jasmins, coqueiros, fontes Sardinhas, mandioca Num suave azulejo E o rio Amazonas Que corre tras-os-montes E numa pororoca Desagua no Tejo Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal Ainda vai tornar-se um imperio colonial Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal Ainda vai tornar-se um imperio colonial |
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4. |
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Pra mim
Basta um dia Nao mais que um dia Um meio dia Me da So um dia E eu faco desatar A minha fantasia So um Belo dia Pois se jura, se esconjura Se ama e se tortura Se tritura, se atura e se cura A dor Na orgia Da luz do dia E so O que eu pedia Um dia pra aplacar Minha agonia Toda a sangria Todo o veneno De um pequeno dia So um Santo dia Pois se beija, se maltrata Se come e se mata Se arremata, se acata e se trata A dor Na orgia Da luz do dia E so O que eu pedia, viu Um dia pra aplacar Minha agonia Toda a sangria Todo o veneno De um pequeno dia |
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5. |
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6. |
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Quando eu morrer, que me enterrem na
Beira do chapada£o -- contente com minha terra Cansado de tanta guerra Crescido de coraa§a£o Ta'o* Zanza daqui Zanza pra acola¡ Fim de feira, periferia afora A cidade na£o mora mais em mim Francisco, Serafim Vamos embora Ver o capim Ver o baoba¡ Vamos ver a campina quando flora A piracema, rios contravim Binho, Bel, Bia, Quim Vamos embora Quando eu morrer Cansado de guerra Morro de bem Com a minha terra: Cana, caqui Inhame, abobora Onde so vento se semeava outrora Amplida£o, naa§a£o, serta£o sem fim A" Manuel, Miguilim Vamos embora *apud Guimara£es Rosa |
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7. |
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8. |
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Eu fui fazer um samba em homenagem
A nata da malandragem, que conheco de outros carnavais Eu fui a Lapa e perdi a viagem Que aquela tal malandragem nao existe mais Agora ja nao e normal, o que da de malandro Regular profissional, malandro com o aparato de malandro oficial Malandro candidato a malandro federal Malandro com retrato na coluna social Malandro com contrato, com gravata e capital, que nunca se da mal Mas o malandro para valer, nao espalha Aposentou a navalha, tem mulher e filho e tralha e tal Dizem as mas linguas que ele ate trabalha Mora la longe chacoalha, no trem da central |
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9. |
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10. |
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11. |
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12. |
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O meu amor
Tem um jeito manso que e so seu E que me deixa louca Quando me beija a boca A minha pele inteira fica arrepiada E me beija com calma e fundo Ate minh'alma se sentir beijada, ai O meu amor Tem um jeito manso que e so seu Que rouba os meus sentidos Viola os meus ouvidos Com tantos segredos lindos e indecentes Depois brinca comigo Ri do meu umbigo E me crava os dentes, ai Eu sou sua menina, viu? E ele e o meu rapaz Meu corpo e testemunha Do bem que ele me faz O meu amor Tem um jeito manso que e so seu De me deixar maluca Quando me roca a nuca E quase me machuca com a barba malfeita E de pousar as coxas entre as minhas coxas Quando ele se deita, ai O meu amor Tem um jeito manso que e so seu De me fazer rodeios De me beijar os seios Me beijar o ventre E me deixar em brasa Desfruta do meu corpo Como se o meu corpo fosse a sua casa, ai Eu sou sua menina, viu? E ele e o meu rapaz Meu corpo e testemunha Do bem que ele me faz |
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13. |
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14. |
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Nao me leve a mal
Me leve a toa pela ultima vez A um quiosque, ao planetario Ao cais do porto, ao paco O meu coracao, meu coracao Meu coracao parece Que perde um pedaco, mas nao Me leve a serio Passou este verao Outros passarao Eu passo Nao se atire do terraco Nao arranque minha cabeca Da sua cortica Nao beba muita cachaca Nao se esqueca depressa de mim, sim? Pense que eu cheguei de leve Machuquei voce de leve E me retirei com pes de la Sei que o seu caminho amanha Sera um caminho bom Mas nao me leve Nao me leve a mal Me leve apenas para andar por ai Na lagoa, no cemiterio Na areia, no mormaco O meu coracao, meu coracao Meu coracao parece Que perde um pedaco, mas nao Me leve a serio Passou este verao Outros passarao Eu passo Nao se atire do terraco Nao arranque minha cabeca Da sua cortica Nao beba muita cachaca Nao se esqueca depressa de mim, sim? Pense que eu cheguei de leve Machuquei voce de leve E me retirei com pes de la Sei que o seu caminho amanha Sera tudo de bom Mas nao me leve O meu coracao parece Que perde um pedaco, mas nao Me leve a serio Passou este verao Outros passarao Eu passo |