은유적이고 탐미적인 언어로 군부 독재 정권에 항거하며 저항 시인으로 대중에게 사랑 받은 작곡가이자 싱어, 시인이자 소설가인 쉬쿠 부아르케는 아직도 브라질 음악계의 정신적인 지주로 여겨진다. 루미아르에서 발매된 송북 시리즈는 8장의 디스크에 브라질 최고의 아티스트들이 한자리에 모여 만들어낸 그의 주옥같은 104곡을 수록하고 있다. 두번째 앨범에는 지지 포시의 `BEATRIZ`, 카에타누 벨로주의 `O QUE SERA`등 명곡이 수록되어 있다. .... ....
Olha Sera¡ que ela e moa§a Sera¡ que ela e triste Sera¡ que e o contra¡rio Sera¡ que e pintura O rosto da atriz Se ela dana§a no setimo ceu Se ela acredita que e outro paas E se ela so decora o seu papel E se eu pudesse entrar na sua vida
Olha Sera¡ que e de loua§a Sera¡ que e de eter Sera¡ que e loucura Sera¡ que e cena¡rio A casa da atriz Se ela mora num arranha-ceu E se as paredes sa£o feitas de giz E se ela chora num quarto de hotel E se eu pudesse entrar na sua vida
Sim, me leva para sempre, Beatriz Me ensina a na£o andar com os pes no cha£o Para sempre e sempre por um triz Ai, diz quantos desastres tem na minha ma£o Diz se e perigoso a gente ser feliz
Olha Sera¡ que e uma estrela Sera¡ que e mentira Sera¡ que e comedia Sera¡ que e divina A vida da atriz Se ela um dia despencar do ceu E se os pagantes exigirem bis E se um arcanjo passar o chapeu E se eu pudesse entrar na sua vida
Bia falou: ah, claro que eu vou Clara ficou ate o sol raiar Dada¡ tambem saracoteou Didi tomou o que era pra tomar Ainda bem que Isa me arrumou Um barco bom pra gente chegar la¡ Lelaª tambem foi e apreciou O baticum la¡ na beira do mar Aquela noite Tinha do bom e do melhor Ta' lhe contando que e pra lhe dar a¡gua na boca
Veio Mane da Consolaa§a£o Veio o Bara£o de la¡ do Ceara¡ Um professor falando alema£o Um avia£o veio do Canada¡ Monsieur Dupont trouxe o dossier E a Benetton topou patrocinar A Sanyo garantiu o som Do baticum la¡ na beira do mar Aquela noite Quem tava la¡ na praia viu E quem na£o viu jamais vera¡ Mas se vocaª quiser saber A Warner gravou E a Globo vai passar
Bia falou: ah, claro que eu vou Clara ficou ate o sol raiar Dada¡ tambem saracoteou Didi tomou o que era pra tomar Isso e que e, Pepe se chegou Pele pintou, so que na£o quis ficar O campea£o da Formula 1 No baticum la¡ na beira do mar
Aquela noite Tinha do bom e do melhor So ta' lhe contando que e pra lhe dar a¡gua na boca
Zeca pensou: antes que era bom Mano cortou: brother, o que e que ha¡ Foi a G.E. quem iluminou E a MacIntosh entrou com o vatapa¡ O JB fez a cratica E o cardeal deu ordem pra fechar O Carrefour, digo, o baticum Da Benetton, na£o, da beira do mar
Se tu falas muitas palavras sutis Se gostas de senhas sussurros ardis A lei tem ouvidos pra te delatar Nas pedras do teu proprio lar
Se trazes no bolso a contravencao Muambas, baganas e nem um tostao A lei te vigia, bandido infeliz Com seus olhos de raios X
Se vives nas sobras frequentas poroes Se tramas assaltos ou revolucoes A lei te procura amanha de manha Com seu faro de dobermam
E se definitivamente a sociedade So te tem desprezo e horror E mesmo nas galeras es nocivo Es um estorvo, es um tumor A lei fecha o livro, te pregam na cruz Depois chamam os urubus
Se pensas que burlas as normas penais Insuflas agitas e gritas demais A lei logo vai te abracar infrator Com seus bracos de estivador
Se pensas que pensas estas redondamente enganado E como ja disse o Dr Eiras Vem chegando ai, junto com o delegado Pra te levar...
Quando, seu moco, nasceu meu rebento Nao era o momento dele rebentar Ja foi nascendo com cara de fome E eu nao tinha nem nome pra lhe dar Como fui levando, nao sei lhe explicar Fui assim levando ele a me levar E na sua meninice ele um dia me disse Que chegava la
Olha ai Olha ai Olha ai, ai o meu guri, olha ai Olha ai, e o meu guri E ele chega
Chega suado e veloz do batente E traz sempre um presente pra me encabular Tanta corrente de ouro, seu moco Que haja pescoco pra enfiar Me trouxe uma bolsa ja com tudo dentro Chave, caderneta, terco e patua Um lenco e uma penca de documentos Pra finalmente eu me identificar, olha ai Olha ai, ai o meu guri, olha ai Olha ai, e o meu guri E ele chega
Chega no morro com o carregamento Pulseira, cimento, relogio, pneu, gravador Rezo ate ele chegar ca no alto Essa onda de assaltos ta um horror Eu consolo ele, ele me consola Boto ele no colo pra ele me ninar De repente acordo, olho pro lado E o danado ja foi trabalhar, olha ai
Olha ai, ai o meu guri, olha ai Olha ai, e o meu guri E ele chega
Chega estampado, manchete, retrato Com venda nos olhos, legenda e as iniciais Eu nao entendo essa gente, seu moco Fazendo alvoroco demais O guri no mato, acho que ta rindo Acho que ta lindo de papo pro ar Desde o comeco, eu nao disse, seu moco Ele disse que chegava la
Olha ai, olha ai Olha ai, ai o meu guri, olha ai Olha ai, e o meu guri
Vem, meu menino vadio Vem, sem mentir pra voce Vem, mas vem sem fantasia Que da noite pro dia Voce nao vai crescer
Vem, por favor nao evites Meu amor, meus convites Minha dor, meus apelos Vou te envolver nos cabelos Vem perde-te em meus bracos Pelo amor de Deus
Vem que eu te quero fraco Vem que eu te quero tolo Vem que eu te quero todo meu
Ah, eu quero te dizer Que o instante de te ver Custou tanto penar Nao vou me arrepender So vim te convencer Que eu vim pra nao morrer
De tanto te esperar Eu quero te contar Das chuvas que apanhei Das noites que varei No escuro a te buscar Eu quero te mostrar As marcas que ganhei Nas lutas contra o rei Nas discussoes com Deus E agora que cheguei Eu quero a recompensa Eu quero a prenda imensa Dos carinhos teus
Ando com minha cabeca ja pelas tabelas Claro que ninguem se importa com minha aflicao Quando vi todo mundo na rua de blusa amarela Eu achei que era ela puxando o cordao
Oito horas e danco de blusa amarela Minha cabeca talvez faca as pazes assim Quando ouvi a cidade de noite batendo as panelas Eu pensei que era ela voltando pra mim
Minha cabeca de noite batendo panelas Provavelmente nao deixa a cidade dormir Quando vi um bocado de gente Descendo as favelas Eu achei que era o povo que vinha pedir A cabeca de um homem que olhava as favelas Minha cabeca rolando no maracana
Quando vi a galera aplaudindo de pe as tabelas Eu jurei que era ela que vinha chegando Com minha cabeca ja pelas tabelas Claro que ninguem se importa com minha aflicao Quando vi todo mundo na rua de blusa amarela Eu achei que era ela puxando o cordao
Acorda amor Eu tive um pesadelo agora Sonhei que tinha gente la fora Batendo no portao, que aflicao Era a dura, numa muito escura viatura Minha nossa santa criatura Chame, chame, chame la Chame, chame o ladrao, chame o ladrao
Acorda amor Nao e mais pesadelo nada Tem gente ja no vao de escada Fazendo confusao, que aflicao Sao os homens E eu aqui parado de pijama Eu nao gosto de passar vexame Chame, chame, chame Chame o ladrao, chame o ladrao
Se eu demorar uns meses Convem, as vezes, voce sofrer Mas depois de um ano eu nao vindo Ponha a roupa de domingo E pode me esquecer
Acorda amor Que o bicho e brabo e nao sossega Se voce corre o bicho pega Se fica nao sei nao Atencao Nao demora Dia desses chega a sua hora Nao discuta a toa nao reclame Clame, chame la, chame, chame Chame o ladrao, chame o ladrao, chame o ladrao (Nao esqueca a escova, o sabonete e o violao)
Ela desatinou, viu chegar quarta-feira Acabar brincadeira, bandeiras se desmanchando E ela inda esta sambando
Ela desatinou, viu morrer alegrias, rasgar fantasias Os dias sem sol raiando e ela inda esta sambando
Ela nao ve que toda gente, ja esta sofrendo normalmente Toda a cidade anda esquecida, da falsa vida, da avenida Onde ela desatinou, viu chegar quarta-feira Acabar brincadeira, bandeiras se desmanchando E ela inda esta sambando
Ela desatinou, viu morrer alegrias, rasgar fantasias Os dias sem sol raiando e ela inda esta sambando
Quem nao inveja a infeliz, feliz No seu mundo de cetim, assim, Debochando da dor, do pecado Do tempo perdido, do jogo acabado
De tudo que e nego torto Do mangue e do cais do porto Ela ja foi namorada O seu corpo e dos errantes Dos cegos, dos retirantes E de quem nao tem mais nada Da-se assim desde menina Na garagem, na cantina Atras do tanque, no mato E a rainha dos detentos Das loucas, dos lazarentos Dos moleques do internato E tambem vai amiude Co'os velhinhos sem saude E as viuvas sem porvir Ela e um poco de bondade E e por isso que a cidade Vive sempre a repetir Joga pedra na Geni Joga pedra na Geni Ela e feita pra apanhar Ela e boa de cuspir Ela da pra qualquer um Maldita Geni Um dia surgiu, brilhante Entre as nuvens, flutuante Um enorme zepelim Pairou sobre os edificios Abriu dois mil orificios Com dois mil canhoes assim A cidade apavorada Se quedou paralisada Pronta pra virar geleia Mas do zepelim gigante Desceu o seu comandante Dizendo - Mudei de ideia - Quando vi nesta cidade - Tanto horror e iniquidade - Resolvi tudo explodir - Mas posso evitar o drama - Se aquela famosa dama - Esta noite me servir Essa dama era Geni Mas nao pode ser Geni Ela e feita pra apanhar Ela e boa de cuspir Ela da pra qualquer um Maldita Geni Mas de fato, logo ela Tao coitad e tao singela Cativara o forasteiro O guerreiro tao vistoso Tao temido e poderoso Era dela, prisioneiro Acontece que a donzela - e isso era segredo dela Tambem tinha seus caprichos E a deitar com homem tao nobre Tao cheirando a brilho e a cobre Preferia amar com os bichos Ao ouvir tal heresia A cidade em romaria Foi beijar a sua mao O prefeito de joelhos O bispo de olhos vermelhos E o banqueiro com um milhao Vai com ele, vai Geni Vai com ele, vai Geni Voce pode nos salvar Voce vai nos redimir Voce da pra qualquer um Bendita Geni Foram tantos os pedidos Tao sinceros tao sentidos Que ela dominou seu asco Nessa noite lancinante Entregou-se a tal amante Como quem da-se ao carrasco Ele fez tanta sujeira Lambuzou-se a noite inteira Ate ficar saciado E nem bem amanhecia Partiu numa nuvem fria Com seu zepelim prateado Num suspiro aliviado Ela se virou de lado E tentou ate sorrir Mas logo raiou o dia E a cidade em cantoria Nao deixou ela dormir Joga pedra na Geni Joga bosta na Geni Ela e feita pra apanhar Ela e boa de cuspir Ela da pra qualquer um Maldita Geni