Disc 1 | ||||||
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1. |
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A novidade
Que tem no Brejo da Cruz E a criancada Se alimentar de luz Alucinados Meninos ficando azuis E desencarnando La no Brejo da Cruz Eletrizados Cruzam os ceus do Brasil Na rodoviaria Assumem formas mil Uns vendem fumo Tem uns que viram Jesus Muito sanfoneiro Cego tocando blues Uns tem saudade E dancam maracatus Uns atiram pedra Outros passeiam nus Mas ha milhoes desses seres Que se disfarcam tao bem Que ninguem pergunta De onde essa gente vem Sao jardineiros Guardas-noturnos, casais Sao passageiros Bombeiros e babas Ja nem se lembram Que existe um Brejo da Cruz Que eram criancas E que comiam luz Sao faxineiros Balancam nas construcoes Sao bilheteiras Baleiros e garcons Ja nem se lembram Que existe um Brejo da Cruz Que eram criancas E que comiam luz |
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2. |
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A gente faz hora, faz fila na vila do meio dia
Pra ver Maria A gente almoca e so se coca e se roca e so se vicia A porta dela nao tem tramela A janela e sem gelosia Nem desconfia Ai, a primeira festa, a primeira fresta, o primeiro amor Na hora certa, a casa aberta, o pijama aberto, a familia A armadilha A mesa posta de peixe, deixe um cheirinho da sua filha Ela vive parada no sucesso do radio de pilha Que maravilha Ai, o primeiro copo, o primeiro corpo, o primeiro amor Ve passar ela, como danca, balanca, avanca e recua A gente sua A roupa suja da cuja se lava no meio da rua Despudorada, dada, a danada agrada andar seminua E continua Ai, a primeira dama, o primeiro drama, o primeiro amor Carlos amava Dora que amava Lia que amava Lea que amava Paulo Que amava Juca que amava Dora que amava Carlos que amava Dora Que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava Carlos amava Dora que amava Pedro que amava tanto que amava A filha que amava Carlos que amava Dora que amava toda a quadrilha |
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3. |
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4. |
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5. |
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6. |
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7. |
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A Rita levou meu sorriso
No sorriso dela Meu assunto Levou junto com ela E o que me e de direito Arrancou-me do peito E tem mais Levou seu retrato, seu trapo, seu prato Que papel! Uma imagem de Sao Francisco E um bom disco de Noel A Rita matou nosso amor De vinganca Nem heranca deixou Nao levou um tostao Porque nao tinha nao Mas causou perdas e danos Levou os meus planos Meu pobres enganos Os meus vinte anos O meu coracao E alem de tudo Me deixou mudo Um violao |
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8. |
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9. |
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10. |
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(Chico Buarque, 1975)
Sei que estas em festa, pa Fico contente E enquanto estou ausente Guarda um cravo pra mim Eu queria estar na festa, pa Com a tua gente E colher pessoalmente Uma flor do teu jardim Sei que ha leguas a nos separar Tanto mar, tanto mar Sei tambem que e preciso, pa Navegar, navegar La faz primavera, pa Ca estou doente Manda urgentemente Algum cheirinho de alecrim Andre Velloso - Rio de Janeiro, Brazil |
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11. |
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12. |
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13. |
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Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu A gente estancou de repente Ou foi o mundo entao que cresceu A gente quer ter voz ativa No nosso destino mandar Mas eis que chega a roda viva E carrega o destino pra la Roda mundo, roda-gigante Roda moinho, roda piao O tempo rodou num instante Nas voltas do meu coracao A gente vai contra a corrente Ate nao poder resistir Na volta do barco e que sente O quanto deixou de cumprir Faz tempo que a gente cultiva A mais linda roseira que ha Mas eis que chega a roda viva E carrega a roseira pra la Roda mundo, roda-gigante Roda moinho, roda piao O tempo rodou num instante Nas voltas do meu coracao A roda da saia, a mulata Nao quer mais rodar, nao senhor Nao posso fazer serenata A roda de samba acabou A gente toma a iniciativa Viola na rua, a cantar Mas eis que chega a roda viva E carrega a viola pra la Roda mundo, roda-gigante Roda moinho, roda piao O tempo rodou num instante Nas voltas do meu coracao O samba, a viola, a roseira Um dia a fogueira queimou Foi tudo ilusao passageira Que a brisa primeira levou No peito a saudade cativa Faz forca pro tempo parar Mas eis que chega a roda viva E carrega a saudade pra la Roda mundo, roda-gigante Roda moinho, roda piao O tempo rodou num instante Nas voltas do meu coracao |
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14. |
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