Disc 1 | ||||||
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1. |
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2. |
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Estava a toa na vida
O meu amor me chamou Pra ver a banda passar Cantando coisas de amor A minha gente sofrida Despediu-se da dor Pra ver a banda passar Cantando coisas de amor O homem serio que contava dinheiro parou O faroleiro que contava vantagem parou A namorada que contava as estrelas parou Para ver, ouvir e dar passagem A moca triste que vivia calada sorriu A rosa triste que vivia fechada se abriu E a meninada toda se assanhou Pra ver a banda passar Cantando coisas de amor O velho fraco se esqueceu do cansaco e pensou Que ainda era moco pra sair no terraco e dancou A moca feia debrucou na janela Pensando que a banda tocava pra ela A marcha alegre se espalhou na avenida e insistiu A lua cheia que vivia escondida surgiu Minha cidade toda se enfeitou Pra ver a banda passar Cantando coisas de amor Mas para meu desencanto O que era doce acabou Tudo tomou seu lugar Depois que a banda passou E cada qual no seu canto E em cada canto uma dor Depois da banda passar Cantando coisas de amor |
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3. |
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4. |
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Vai passar nessa avenida um samba popular
Cada paralelepipedo da velha cidade essa noite vai se arrepiar Ao lembrar que aqui passaram sambas imortais Que aqui sangraram pelos nossos pes Que aqui sambaram nossos ancestrais Num tempo pagina infeliz da nossa historia Passagem desbotada na memoria Das nossas novas geracoes Dormia a nossa patria mae tao distraida Sem perceber que era subtraida Em tenebrosas transacoes Seus filhos erravam cegos pelo continente Levavam pedras feito penitentes Erguendo estranhas catedrais E um dia, afinal, tinham o direito a uma alegria fugaz Uma ofegante epidemia que se chamava carnaval O carnaval, o carnaval Vai passar, palmas pra ala dos baroes famintos O bloco dos napoleoes retintos E os pigmeus do boulevard Meu Deus, vem olhar, vem ver de perto uma cidade a cantar A evolucao da liberdade ate o dia clarear Ai que vida boa, o lere Ai que vida boa, o lara O estandarte do sanatorio geral vai passar Ai que vida boa, o lere Ai que vida boa, o lara |
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5. |
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6. |
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Ate quem sabe a voz do dono
Gostava do dono da voz Casal igual a nos, de entrega e de abandono De guerra e paz, contras e pros Fizeram bodas de acetato - de fato Assim como os nossos avos O dono prensa a voz, a voz resulta um prato Que gira para todos nos O dono andava com outras doses A voz era de um dono so Deus deu ao dono os dentes Deus deu ao dono as nozes As vozes Deus so deu seu do Porem a voz ficou cansada apos Cem anos fazendo a santa Sonhou se desatar de tantos nos Nas cordas de outra garganta A louca escorregava nos lencois Chegou a sonhar amantes E, rouca, regalar os seus bemois Em troca de alguns brilhantes Enfim a voz firmou contrato E foi morar com novo algoz Queria se prensar, queria ser um prato Girar e se esquecer, veloz Foi revelada na assembleia - ateia Aquela situacao atroz A voz foi infiel, trocando de traqueia E o dono foi perdendo a voz E o dono foi perdendo a linha - que tinha E foi perdendo a luz e alem E disse: minha voz, se vos nao sereis minha Vos nao sereis de mais ninguem |
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7. |
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Nao se afobe, nao
Que nada e pra ja O amor nao tem pressa Ele pode esperar em silencio Num fundo de armario Na posta-restante Milenios, milenios No ar E quem sabe, entao O Rio sera Alguma cidade submersa Os escafandristas virao Explorar sua casa Seu quarto, suas coisas Sua alma, desvaos Sabios em vao Tentarao decifrar O eco de antigas palavras Fragmentos de cartas, poemas Mentiras, retratos Vestigios de estranha civilizacao Nao se afobe, nao Que nada e pra ja Amores serao sempre amaveis Futuros amantes, quica Se amarao sem saber Com o amor que eu um dia Deixei pra voce Andre Velloso - Rio de Janeiro, Brazil |
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8. |
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9. |
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Sim, vai e diz
Diz assim Que eu chorei Que eu morri De arrependimento Que o meu desalento Ja nao tem mais fim Vai e diz Diz assim Como sou Infeliz No meu descaminho Diz que estou sozinho E sem saber de mim Diz que eu estive por pouco Diz a ela que estou louco Pra perdoar Que seja la como for Por amor Por favor E pra ela voltar Sim, vai e diz Diz assim Que eu rodei Que eu bebi Que eu cai Que eu nao sei Que eu so sei Que cansei, enfim Dos meus desencontros Corre e diz a ela Que eu entrego os pontos |
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10. |
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Tinha ca pra mim
Que agora sim Eu vivia enfim O grande amor Mentira Me atirei assim De trampolim Fui ate o fim um amador Passava um verao A agua e pao Dava o meu quinhao Pro grande amor Mentira Eu botava a mao No fogo entao Com meu coracao de fiador Hoje eu tenho apenas Uma pedra no meu peito Exijo respeito Nao sou mais um sonhador Chego a mudar de calcada Quando aparece uma flor E dou risada do grande amor Mentira Fui muito fiel Comprei anel Botei no papel O grande amor Mentira Reservei hotel Sarapatel E lua de mel Em Salvador Fui rezar na Se Pra Sao Jose Que eu levava fe No grande amor Mentira Fiz promessa ate Pra Oxumare De subir a pe o Redentor Hoje eu tenho apenas Uma pedra no meu peito Exijo respeito Nao sou mais um sonhador Chego a mudar de calcada Quando aparece uma flor E dou risada do grande amor Mentira |
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11. |
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12. |
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13. |
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Ninguem vai chegar do mar
Nem vai me levar daqui Nem vai calar minha viola Que desconsola, chora notas Pra ninguem ouvir Minha voz ficou na espreita, na espera Quem dera abrir meu peito Cantar feliz Preparei para voce uma lua cheia E voce nao veio E voce nao quis Meu violao ficou tao triste, pudera Quisera abrir janelas Fazer serao Mas voce me navegou Mares tao diversos E eu fiquei sem versos E eu fiquei em vao |
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14. |
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15. |
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