Disc 1 | ||||||
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1. |
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Sou do fado
Como sei Vivo um poema cantado De um fado que eu inventei A falar Nao posso dar-me Mas ponho a alma a cantar E as almas sabem escutar-me Chorai, chorai Poetas do meu pais Troncos da mesma raiz Da vida que nos juntou E se voces nao estivessem a meu lado Entao nao havia fado Nem fadistas como eu sou Esta voz tao dolorida E culpa de todos vos Poetas da minha vida E loucura, ouco dizer Mas bendita esta loucura de cantar e de sofrer Chorai, chorai Poetas do meu pais Troncos da mesma raiz Da vida que nos juntou E se voces nao estivessem a meu lado Entao nao havia fado Nem fadistas como eu sou |
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2. |
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Ai as almas dos poetas
Nao as entende ninguem; Sao almas de violetas Que sao poetas tambem. Andam perdidas na vida, Como as estrelas no ar; Sentem o vento gemer Ouvem as rosas chorar! So quem embala no peito Dores amargas e secretas E que em noites de luar Pode entender os poetas E eu que arrasto amarguras Que nunca arrastou ninguem Tenho alma pra sentir A dos poetas tambem! |
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3. |
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As coisas vulgares que ha na vida
Nao deixam saudades So as lembrancas que doem Ou fazem sorrir Ha gente que fica na historia da historia da gente e outras de quem nem o nome lembramos ouvir Sao emocoes que dao vida a saudade que trago Aquelas que tive contigo e acabei por perder Ha dias que marcam a alma e a vida da gente e aquele em que tu me deixaste nao posso esquecer A chuva molhava-me o rosto Gelado e cansado As ruas que a cidade tinha Ja eu percorrera Ai... meu choro de moca perdida gritava a cidade que o fogo do amor sob chuva ha instantes morrera A chuva ouviu e calou meu segredo a cidade E eis que ela bate no vidro Trazendo a saudade |
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4. |
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E varina, usa chinela,
Tem movimentos de gata Na canastra, a caravela, No coracao, a fragata Na canastra, a caravela, No coracao, a fragata Em vez de corvos no xaile Gaivotas vem pousar Quando o vento a leva ao baile, Baila no baile com o mar Quando o vento a leva ao baile Baila no baile com o mar E de conchas o vestido Tem algas na cabeleira E nas veias o latido Do motor duma traineira E nas veias o latido Do motor duma traineira Vende sonho e maresia, Tempestades apregoa, Seu nome proprio - maria, Seu apelido - lisboa Seu nome proprio - maria Seu apelido - lisboa |
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5. |
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E meu e vosso este fado
Destino que nos amarra Por mais que seja negado As cordas de uma guitarra Sempre que se ouve o gemido De uma guitarra a cantar Fica-se logo perdido Com vontade de chorar O gente da minha terra Agora e que eu percebi Esta tristeza que trago Foi de vos que recebi E pareceria ternura Se eu me deixasse embalar Era maior a amargura Menos triste o meu cantar O gente da minha terra Agora e que eu percebi Esta tristeza que trago Foi de vos que recebi (SOLO) O gente da minha terra Agora e que eu percebi Esta tristeza que trago Foi de vos que recebi |
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6. |
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Se a minha alma fechada
Se pudesse mostrar, E o que eu sofro calada Se pudesse contar, Toda a gente veria Quanto sou desgracada Quanto finjo alegria Quanto choro a cantar... Que Deus me perdoe Se e crime ou pecado Mas eu sou assim E fugindo ao fado, Fugia de mim. Cantando dou brado E nada me doi Se e pois um pecado Ter amor ao fado Que Deus me perdoe. Quanto canto nao penso No que a vida e de ma, Nem sequer me pertenco, Nem o mal se me da. Chego a querer a verdade E a sonhar - sonho imenso - Que tudo e felicidade E tristeza nao ha. |
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7. |
| 3:13 | ||||
Ha festa na Mouraria,
E dia da procissao Da Senhora da Saude. Ate a Rosa Maria, Da Rua do Capelao, Parece que tem virtude. Colchas ricas nas janelas, Petalas soltas no chao, Almas crentes, povo rude. Anda a fe pelas vielas, E dia da procissao Da Senhora da Saude. Apos um curto rumor, Profundo silencio pesa, Por sobre o Largo da Guia. Passa a Virgem no andor, Tudo se ajoelha e reza, Ate a Rosa Maria. Como que petrificada, Em fervorosa oracao, E tal a sua atitude, Que a rosa ja desfolhada, Da Rua do Capelao, Parece que tem virtude. |
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8. |
| 2:28 | ||||
Minha terra dagua, ao cair da magoa
Aconteca estarmos sos E a minha alma faz-se voz Pra contar que as penas Das aguas serenas que o teu fado quis O meu pais Minha patria dagua, os meus olhos afago A quem mil noites te sonhar E em meu fado, este cantei Minha terra dagua Ao cair da magoa, por ti, sou feliz O meu pais. |
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9. |
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Ouca la, o senhor vinho
Vai responder-me, mas com franqueza, Porque e que tira toda a firmeza A quem encontra no seu caminho? La por beber um copinho a mais, Ate pessoas pacatas, amigo vinho, Em desalinho, Vossa merce faz andar de gatas! E mau o procedimento E a intencao daquilo que faz, Entra-se em desiquilibrio, Nao ha equilibrio que seja capaz, As leis da fisica falham E a vertical de qualquer lugar Oscila sem se deter e deixa de ser prependicular! Eu ja fui, responde o vinho, A folha solta a bailar ao vento Que o raio de Sol do firmamento Me trouxe a uva doce carinho. Ainda guardo o calor do Sol E assim eu ate dou vida, Aumento o valor seja de quem for Na boa conta, peso e medida E so faco mal a quem me julga ninguem, Faz pouco de mim, Quem me trata como agua, E ofensa paga, eu ca sou assim Vossa merce tem razao, E ingratidao falar mal do vinho E a provar o que digo Vamos, meu amigo, a mais um copinho (Instrumental) Eu ja fui, responde o vinho, A folha solta a bailar ao vento Que o raio de Sol do firmamento Me trouxe a uva doce carinho. Ainda guardo o calor do Sol E assim eu ate dou vida, Aumento o valor seja de quem for Na boa conta, peso e medida E so faco mal a quem me julga ninguem, Faz pouco de mim, Quem me trata como agua, E ofensa paga, eu ca sou assim Vossa merce tem razao, E ingratidao falar mal do vinho E a provar o que digo Vamos, meu amigo, a mais um copinho |
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10. |
| 3:27 | ||||
E canto so para ti
Derramo a voz e o pranto Que te canta como eu canto E por ti e so por ti Derramo a voz e o pranto Que te canta como eu canto E por ti e so por ti Dou a guitarra e ao xaile Caminhos de Santiago Cega-me o po neste vale Que o vento so por meu mal Acende fogos que apago Cega-me o po neste vale Que o vento so por meu mal Acende fogos que apago Ha tanta melodia, tanta Que o vento traz nos sentidos Sinfonias que me encantam Parece as vezes que cantam Fados de amores proibidos Sinfonias que me encantam Parece as vezes que cantam Fados de amores proibidos Eu trago a estrada da vida Guardada na minha mao Que pensa perder-se na ida Com medo de nao ter partida Dentro do meu coracao Que pensa perder-se na ida Com medo de nao ter partida Dentro do meu coracao |
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11. |
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Oxala
Nao te entristeca meu fado Meu astro signo real Nasceste ao mar acostado No extremo ocidental O ceu iluminaste Com tua luz dourada Espada que outrora ergueste E que hoje e quase nada Mistica luz dourada Oxala Nao te entristeca meu fado Meu astro signo real Nasceste ao mar acostado No extremo ocidental Devolve o meu anseio Canto-te a flor da voz O teu destino inteiro E oxala... Nao te entristeca meu fado Meu astro signo real Dormindo ao mar acostado Acorda Portugal |
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12. |
| 3:58 | ||||
Sao loucas! sao loucas! loucas...
Eu sei, meu amor, Que nem chegaste a partir Pois tudo em meu redor Me diz que estas sempre comigo Eu sei, meu amor, Que nem chegaste a partir Pois tudo em meu redor Me diz que estas sempre comigo De manha, que medo, que me achasses feia! Acordei, tremendo, deitada na areia Mas logo os teus olhos disseram que nao, E o sol penetrou no meu coracao Mas logo os teus olhos disseram que nao, E o sol penetrou no meu coracao Vi depois, numa rocha, uma cruz, E o teu barco negro dancava na luz Vi teu braco acenando, entre as velas ja soltas Dizem as velhas da praia que nao voltas: Sao loucas! loucas... Eu sei, meu amor, .... .... .... No vento que lanca areia nos vidros; Na agua que canta, no fogo mortico; No calor do leito, nos bancos vazios; Dentro do meu peito, estas sempre comigo No calor do leito, nos bancos vazios; Dentro do meu peito, estas sempre comigo ( solo ) Eu sei, meu amor, .... .... .... |
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13. |
| 5:52 | ||||
E meu e vosso este fado
Destino que nos amarra Por mais que seja negado As cordas de uma guitarra Sempre que se ouve o gemido De uma guitarra a cantar Fica-se logo perdido Com vontade de chorar O gente da minha terra Agora e que eu percebi Esta tristeza que trago Foi de vos que recebi E pareceria ternura Se eu me deixasse embalar Era maior a amargura Menos triste o meu cantar O gente da minha terra Agora e que eu percebi Esta tristeza que trago Foi de vos que recebi (SOLO) O gente da minha terra Agora e que eu percebi Esta tristeza que trago Foi de vos que recebi |