Se passares pelo adro No dia do meu enterro Diz a terra, tu nao coma Os aneis do meu cabelo Ja nao digo que viesses Cobrir de rosas meu rosto Ou que num choro dissesses A qualquer do teu desgosto Nem te lembro que beijasses Meu corpo delgado e belo Mas que sempre me guardasses Os aneis do meu cabelo
Deserto Imperio do Sol Tao perto Imperio do Sol Prova dos nove Da solidao Cega miragem Largo clarao Livre prisao Sem a menor aragem Sem a menor aragem
Que grande mar De ondas paradas Que grande areal De formas veladas Vitoria do espaco Imensidao Ponto de fuga Ampliacao Livre prisao Anfitriao selvagem Anfitriao selvagem
No deserto Ouco o fundo da alma E, se a areia esta calma, O bater do coracao E que tanto deserto Tao de repente Faz-me pensar Que o deserto sou eu Se nao me vieres buscar
Apenas quando as lagrimas me dao Um sentido mais fundo ao teu segredo E que eu me sinto puro e me concedo A graca de escutar o coracao
Logo a seguir (porque?), vem a suspeita De que em nos os dois tudo e premeditado. E as lagrimas entao seguem o fado De tudo quanto o nosso amor rejeita.
Nao mais queremos saber do coracao Nem nos importa o que ele nos concede, Regressando, febris, aquela sede Onde so vale o que os sentidos dao.
No meu deserto de agua Nao havia luz para te olhar Tive que roubar a lua Para te poder iluminar
Quando iluminei o teu rosto Fez-se dia no meu corpo Enquanto eu te iluminava Minha alma nascia de novo
refrao: Sao as pequenas verdades As que guiam o meu caminho Verdades brancas Como a manha Que abre a janela do nosso destino Como o teu olhar Quando tu me olhas Como a tua lembranca Depois de partires
E verdade que a sombra do ar me queima E e verdade que sem ti eu morro de pena
Misteriosa era a tua boca Misterioso o meu lamento Mas nao se o nosso amor de primavera Foi mentira ou uma paixao verdadeira
Quando a solidao regresse Cega de amor irei ate a morte As verdades so existem pelos recantos da mente Essa pequenas verdades que giram o meu caminho