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from Mariza - Fado : Em Mim (2003)
Sou do fado
Como sei Vivo um poema cantado De um fado que eu inventei A falar Nao posso dar-me Mas ponho a alma a cantar E as almas sabem escutar-me Chorai, chorai Poetas do meu pais Troncos da mesma raiz Da vida que nos juntou E se voces nao estivessem a meu lado Entao nao havia fado Nem fadistas como eu sou Esta voz tao dolorida E culpa de todos vos Poetas da minha vida E loucura, ouco dizer Mas bendita esta loucura de cantar e de sofrer Chorai, chorai Poetas do meu pais Troncos da mesma raiz Da vida que nos juntou E se voces nao estivessem a meu lado Entao nao havia fado Nem fadistas como eu sou |
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from Mariza - Fado : Em Mim (2003)
Ai as almas dos poetas
Nao as entende ninguem; Sao almas de violetas Que sao poetas tambem. Andam perdidas na vida, Como as estrelas no ar; Sentem o vento gemer Ouvem as rosas chorar! So quem embala no peito Dores amargas e secretas E que em noites de luar Pode entender os poetas E eu que arrasto amarguras Que nunca arrastou ninguem Tenho alma pra sentir A dos poetas tambem! |
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from Mariza - Fado : Em Mim (2003)
As coisas vulgares que ha na vida
Nao deixam saudades So as lembrancas que doem Ou fazem sorrir Ha gente que fica na historia da historia da gente e outras de quem nem o nome lembramos ouvir Sao emocoes que dao vida a saudade que trago Aquelas que tive contigo e acabei por perder Ha dias que marcam a alma e a vida da gente e aquele em que tu me deixaste nao posso esquecer A chuva molhava-me o rosto Gelado e cansado As ruas que a cidade tinha Ja eu percorrera Ai... meu choro de moca perdida gritava a cidade que o fogo do amor sob chuva ha instantes morrera A chuva ouviu e calou meu segredo a cidade E eis que ela bate no vidro Trazendo a saudade |
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from Mariza - Fado : Em Mim (2003)
E varina, usa chinela,
Tem movimentos de gata Na canastra, a caravela, No coracao, a fragata Na canastra, a caravela, No coracao, a fragata Em vez de corvos no xaile Gaivotas vem pousar Quando o vento a leva ao baile, Baila no baile com o mar Quando o vento a leva ao baile Baila no baile com o mar E de conchas o vestido Tem algas na cabeleira E nas veias o latido Do motor duma traineira E nas veias o latido Do motor duma traineira Vende sonho e maresia, Tempestades apregoa, Seu nome proprio - maria, Seu apelido - lisboa Seu nome proprio - maria Seu apelido - lisboa |
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from Mariza - Fado : Em Mim (2003)
E meu e vosso este fado
Destino que nos amarra Por mais que seja negado As cordas de uma guitarra Sempre que se ouve o gemido De uma guitarra a cantar Fica-se logo perdido Com vontade de chorar O gente da minha terra Agora e que eu percebi Esta tristeza que trago Foi de vos que recebi E pareceria ternura Se eu me deixasse embalar Era maior a amargura Menos triste o meu cantar O gente da minha terra Agora e que eu percebi Esta tristeza que trago Foi de vos que recebi (SOLO) O gente da minha terra Agora e que eu percebi Esta tristeza que trago Foi de vos que recebi |
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from Mariza - Fado : Em Mim (2003)
Se a minha alma fechada
Se pudesse mostrar, E o que eu sofro calada Se pudesse contar, Toda a gente veria Quanto sou desgracada Quanto finjo alegria Quanto choro a cantar... Que Deus me perdoe Se e crime ou pecado Mas eu sou assim E fugindo ao fado, Fugia de mim. Cantando dou brado E nada me doi Se e pois um pecado Ter amor ao fado Que Deus me perdoe. Quanto canto nao penso No que a vida e de ma, Nem sequer me pertenco, Nem o mal se me da. Chego a querer a verdade E a sonhar - sonho imenso - Que tudo e felicidade E tristeza nao ha. |
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from Mariza - Fado : Em Mim (2003)
Ha festa na Mouraria,
E dia da procissao Da Senhora da Saude. Ate a Rosa Maria, Da Rua do Capelao, Parece que tem virtude. Colchas ricas nas janelas, Petalas soltas no chao, Almas crentes, povo rude. Anda a fe pelas vielas, E dia da procissao Da Senhora da Saude. Apos um curto rumor, Profundo silencio pesa, Por sobre o Largo da Guia. Passa a Virgem no andor, Tudo se ajoelha e reza, Ate a Rosa Maria. Como que petrificada, Em fervorosa oracao, E tal a sua atitude, Que a rosa ja desfolhada, Da Rua do Capelao, Parece que tem virtude. |
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from Mariza - Fado : Em Mim (2003)
Minha terra dagua, ao cair da magoa
Aconteca estarmos sos E a minha alma faz-se voz Pra contar que as penas Das aguas serenas que o teu fado quis O meu pais Minha patria dagua, os meus olhos afago A quem mil noites te sonhar E em meu fado, este cantei Minha terra dagua Ao cair da magoa, por ti, sou feliz O meu pais. |
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from Mariza - Fado : Em Mim (2003)
Ouca la, o senhor vinho
Vai responder-me, mas com franqueza, Porque e que tira toda a firmeza A quem encontra no seu caminho? La por beber um copinho a mais, Ate pessoas pacatas, amigo vinho, Em desalinho, Vossa merce faz andar de gatas! E mau o procedimento E a intencao daquilo que faz, Entra-se em desiquilibrio, Nao ha equilibrio que seja capaz, As leis da fisica falham E a vertical de qualquer lugar Oscila sem se deter e deixa de ser prependicular! Eu ja fui, responde o vinho, A folha solta a bailar ao vento Que o raio de Sol do firmamento Me trouxe a uva doce carinho. Ainda guardo o calor do Sol E assim eu ate dou vida, Aumento o valor seja de quem for Na boa conta, peso e medida E so faco mal a quem me julga ninguem, Faz pouco de mim, Quem me trata como agua, E ofensa paga, eu ca sou assim Vossa merce tem razao, E ingratidao falar mal do vinho E a provar o que digo Vamos, meu amigo, a mais um copinho (Instrumental) Eu ja fui, responde o vinho, A folha solta a bailar ao vento Que o raio de Sol do firmamento Me trouxe a uva doce carinho. Ainda guardo o calor do Sol E assim eu ate dou vida, Aumento o valor seja de quem for Na boa conta, peso e medida E so faco mal a quem me julga ninguem, Faz pouco de mim, Quem me trata como agua, E ofensa paga, eu ca sou assim Vossa merce tem razao, E ingratidao falar mal do vinho E a provar o que digo Vamos, meu amigo, a mais um copinho |
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from Mariza - Fado : Em Mim (2003)
E canto so para ti
Derramo a voz e o pranto Que te canta como eu canto E por ti e so por ti Derramo a voz e o pranto Que te canta como eu canto E por ti e so por ti Dou a guitarra e ao xaile Caminhos de Santiago Cega-me o po neste vale Que o vento so por meu mal Acende fogos que apago Cega-me o po neste vale Que o vento so por meu mal Acende fogos que apago Ha tanta melodia, tanta Que o vento traz nos sentidos Sinfonias que me encantam Parece as vezes que cantam Fados de amores proibidos Sinfonias que me encantam Parece as vezes que cantam Fados de amores proibidos Eu trago a estrada da vida Guardada na minha mao Que pensa perder-se na ida Com medo de nao ter partida Dentro do meu coracao Que pensa perder-se na ida Com medo de nao ter partida Dentro do meu coracao |
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from Mariza - Fado : Em Mim (2003)
Oxala
Nao te entristeca meu fado Meu astro signo real Nasceste ao mar acostado No extremo ocidental O ceu iluminaste Com tua luz dourada Espada que outrora ergueste E que hoje e quase nada Mistica luz dourada Oxala Nao te entristeca meu fado Meu astro signo real Nasceste ao mar acostado No extremo ocidental Devolve o meu anseio Canto-te a flor da voz O teu destino inteiro E oxala... Nao te entristeca meu fado Meu astro signo real Dormindo ao mar acostado Acorda Portugal |
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from Mariza - Fado : Em Mim (2003)
Sao loucas! sao loucas! loucas...
Eu sei, meu amor, Que nem chegaste a partir Pois tudo em meu redor Me diz que estas sempre comigo Eu sei, meu amor, Que nem chegaste a partir Pois tudo em meu redor Me diz que estas sempre comigo De manha, que medo, que me achasses feia! Acordei, tremendo, deitada na areia Mas logo os teus olhos disseram que nao, E o sol penetrou no meu coracao Mas logo os teus olhos disseram que nao, E o sol penetrou no meu coracao Vi depois, numa rocha, uma cruz, E o teu barco negro dancava na luz Vi teu braco acenando, entre as velas ja soltas Dizem as velhas da praia que nao voltas: Sao loucas! loucas... Eu sei, meu amor, .... .... .... No vento que lanca areia nos vidros; Na agua que canta, no fogo mortico; No calor do leito, nos bancos vazios; Dentro do meu peito, estas sempre comigo No calor do leito, nos bancos vazios; Dentro do meu peito, estas sempre comigo ( solo ) Eu sei, meu amor, .... .... .... |
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from Mariza - Fado : Em Mim (2003)
E meu e vosso este fado
Destino que nos amarra Por mais que seja negado As cordas de uma guitarra Sempre que se ouve o gemido De uma guitarra a cantar Fica-se logo perdido Com vontade de chorar O gente da minha terra Agora e que eu percebi Esta tristeza que trago Foi de vos que recebi E pareceria ternura Se eu me deixasse embalar Era maior a amargura Menos triste o meu cantar O gente da minha terra Agora e que eu percebi Esta tristeza que trago Foi de vos que recebi (SOLO) O gente da minha terra Agora e que eu percebi Esta tristeza que trago Foi de vos que recebi |
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from Zen X Zen (2003)
O silencio da guitarra
Que a minha alma se agarra Como se fora de fogo Em meu peito se demora Qu´a alegria tambem chora E apaga tanto desgosto Este silencio do Tejo Sem ter boca para um beijo Nem olhos para chorar Gaivota presa no vento Um barco de sofrimento Que teima sempre em voltar Lisboa, cais de saudade Onde uma guitarra ha-de Tocar-nos um triste fado Quando a alma se agiganta A tristeza tambem canta Num pranto quase parado |
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from Unity [project] (2004)
A Thousand Years - Sting
A thousand years, a thousand more, A thousand times a million doors to eternity I may have lived a thousand lives, a thousand times An endless turning stairway climbs To a tower of souls If it takes another thousand years, a thousand wars, The towers rise to numberless floors in space I could shed another million tears, a million breaths, A million names but only one truth to face A million roads, a million fears A million suns, ten million years of uncertainty I could speak a million lies, a million songs, A million rights, a million wrongs in this balance of time But if there was a single truth, a single light A single thought, a singular touch of grace Then following this single point , this single flame, The single haunted memory of your face I still love you I still want you A thousand times the mysteries unfold themselves Like galaxies in my head I may be numberless, I may be innocent I may know many things, I may be ignorant Or I could ride with kings and conquer many lands Or win this world at cards and let it slip my hands I could be cannon food, destroyed a thousand times Reborn as fortune's child to judge another's crimes Or wear this pilgrim's cloak, or be a common thief I've kept this single faith, I have but one belief I still love you I still want you A thousand times the mysteries unfold themselves Like galaxies in my head On and on the mysteries unwind themselves Eternities still unsaid 'Til you love me |
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from Mariza - Transparente (2005)
Ha uma musica do Povo
Nem sei dizer se e um Fado ? Que ouvindo-a ha um ritmo novo No ser que tenho guardado... Ouvindo-a sou quem seria Se desejar fosse ser ... E uma simples melodia Das que se aprendem a viver... Mas e tao consoladora A vaga e triste cancao... Que a minha alma ja nao chora Nem eu tenho coracao... Sou uma emocao estrangeira, Um erro de sonho ido... Canto de qualquer maneira E acabo com um sentido |
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from Mariza - Transparente (2005)
Trago um Fado no meu canto,
Canto a noite ate ser dia Do meu povo trago o pranto No meu canto a Mouraria Tenho saudades de mim Do meu amor mais amado Eu canto um pais sem fim O mar, a terra, o meu Fado Meu Fado Meu De mim so me falto eu Senhora da minha vida Do sonho, digo que e meu E dou por mim ja nascida Trago um Fado no meu canto Na minh'alma vem guardado Vem por dentro do meu espanto A procura do meu Fado Meu Fado Meu |
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from Mariza - Transparente (2005)
Se ser fadista e ser lua
E perder o sol de vista Ser estatua que se insinua Entao eu nao sou fadista. Se ser fadista e ser triste E ser lagrima prevista Se por magoa o fado existe Entao eu nao sou fadista. Se ser fadista e, no fundo, Uma palavra trocista Rocando as bocas do mundo Entao eu nao sou fadista Mas se e partir a conquista De tanto verso ignorado Entao eu nao sou fadista Eu sou mesmo o proprio fado! |
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from Mariza - Transparente (2005)
Quando me sinto so,
Como tu me deixaste, Mais so que um vagabundo Num banco de jardim E quando tenho do, De mim e por contraste Eu tenho odio ao mundo Que nos separa assim. Quando me sinto so Sabe-me a boca a fado Lamento de quem chora A sua triste magoa Rastejando no po Meu coracao cansado Lembra uma velha nora Morrendo a sede de agua. P'ra que nao facam pouco Procuro nao gritar A quem pergunta minto Nao quero que tenham do Num egoismo louco Eu chego a desejar Que sintas o que sinto Quando me sinto so. |
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from Mariza - Transparente (2005)
Ando na berma
Tropeco na confusao Desco a avenida E toda a cidade estende-me a mao Sigo na rua, a pe, e a gente passa Apressada, falando, o rio defronte Voam gaivotas no horizonte So o teu amor e tao real So o teu amor… Sao montras, ruas E o transito Nao para ao sinal Sao mil pessoas Atravessando na vida real Os desenganos, emigrantes, ciganos Um dia normal, Como a brisa que sopra do rio Ao fim da tarde Em Lisboa afinal So o teu amor e tao real So o teu amor… Gente que passa A quem se rouba o sossego Gente que engrossa As filas do desemprego, Sao vendedores, policias, bancas, jornais Como os barcos que passam tao perto Tao cheios Partindo do cais So o teu amor e tao real So o teu amor… |
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from Mariza - Transparente (2005)
Ha palavras que nos beijam
Como se tivessem boca. Palavras de amor, de esperanca, De imenso amor, de esperanca louca. Palavras nuas que beijas Quando a noite perde o rosto; Palavras que se recusam Aos muros do teu desgosto. De repente coloridas Entre palavras sem cor, Esperadas, inesperadas Como a poesia ou o amor. (O nome de quem se ama Letra a letra revelado No marmore distraido No papel abandonado) Palavras que nos transportam Aonde a noite e mais forte, Ao silencio dos amantes Abracados contra a morte. |
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from Mariza - Transparente (2005)
Com o a agua da nascente
Minha mao e transparente Aos olhos da minha avo. Entre a terra e o divino Minha avo negra sabia Essas coisas do destino. Desagua o mar que vejo Nos rios desse desejo De quem nasceu para cantar. Um Zambeze feito Tejo De tao cantado q'invejo Lisboa, por la morar. Vejo um cabelo entrancado E o canto morno do fado Num xaile de caracois. Como num conto de fadas Os batuques sao guitarras E os coqueiros, girassois. Minha avo negra sabia Ler as coisas do destino Na palma de cada olhar. Queira a vida ou que nao queira Disse deus a feiticeira Que nasci para cantar. |
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from Mariza - Transparente (2005)
Nasceu de ser Portugues
Fez-se a vida pelo mundo Foi p'lo sonho vagabundo Foi pela terra abracado Bem querido ou mal amado O Fado Viveu de ser Portugues Foi alegre e foi gingao Por ser um fado e cancao Por ser futuro e passado Mal querido ou bem amado O Fado Cada vez mais Portugues Anda nas asas do vento As vezes solta um lamento E pede p'ra ser achado Ele e querido, ele e amado O Fado |
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from Mariza - Transparente (2005)
Mal me quer a solidao
Bem me quer a tempestade Mal me quer a ilusao Bem me quer a liberdade Mal me quer a voz vazia Bem me quer o corpo quente Mal me quer a alma fria Bem me quer o sol nascente Mal me quer a casa escura Bem me quer o ceu aberto Bem me quer o mar incerto Mal me quer a terra impura Mal me quer a solidao Entre o fogo e a madrugada Mal me quer ou bem me quer Muito, pouco, tudo ou nada... |
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from Mariza - Transparente (2005)
Quem dorme a noite comigo
E meu segredo, Mas se insistirem, lhes digo, O medo mora comigo, Mas so o medo, mas so o medo. E cedo porque me embala Num vai-vem de solidao, E com silencio que fala, Com voz de movel que estala E nos perturba a razao. Gritar: quem pode salvar-me Do que esta dentro de mim Gostava ate de matar-me, Mas eu sei que ele ha-de esperar-me Ao pe da ponte do fim. |
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from Mariza - Transparente (2005)
Este amor, este meu fado,
Tao vivido e magoada Entre o sim e o todavia, Este amor desgovernado, Marcado a fogo e calcado Em funda melancolia Este amor dilacerado, Este amor que noite e dia Me arrebata e me agonia, Este amor desenganado, De saudades macerado, A encher-me a vida vazia, Este amor alucinado, Este amor que desvaria Entre o luto e a alegria, Sendo assim desencontrado Meu amor desesperado, Que outro amor eu cantaria? |
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from Mariza - Transparente (2005)
Por mais que eu queira ou nao queira
Salta-me a voz para a cantiga Por mais que eu faca ou nao faca Quem manda e ela, por mais que eu diga Por mais que eu sofra ou nao sofra Ela e quem diz por onde vou Por mais que eu peca ou nao peca Nao tenho mao na voz que sou. Mesmo que eu diga que nao quero Ser escrava dela e deste fado Mesmo que fuja em desespero Ela aparece em qualquer lado Mesmo que vista algum disfarce Ela descobre-me a seguir Mesmo que eu chore ou nao chore A voz que eu sou desata a rir. Por mais que eu quisesse ter So um minuto de descanso Por muito que eu lhe prometesse Voltar a ela e ao seu canto Por muito que eu fizesses juras A esta voz que nao me deixa Perguntou sempre tresloucada: Eu ja te dei razao de queixa? Por muito que eu apague a chama Ela renasce ainda maior Por muito que eu me afaste dela Fica mais perto e ate melhor Por mais que eu queira entender A voz que tenho e tao teimosa Por mais que eu lhe tire a letra Faz por esquecer e canta em prosa. |
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from Mariza - Transparente (2005)
Duas lagrimas de orvalho
Cairam nas minhas maos Quando te afaguei o rosto Pobre de mim pouco valho P'ra te acudir na desgraca P'ra te valer no desgosto Porque choras nao me dizes Nao e preciso dize-lo Nao dizes eu adivinho Os amantes infelizes Deveriam ter coragem Para mudar de caminho P'lo amor damos a alma Damos corpo damos tudo Ate cansarmos na jornada Mas quando a vida se acalma O que era amor e saudade E a vida ja nao e nada Se estas a tempo, recua Amordaca o coracao Mata o passado e sorri Mas se nao estas, continua Disse-me isto minha mae Ao ver-me chorar por ti |
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from Mariza - Transparente (2005)
Eu queria ser o Mar de altivo porte
Que ri e canta, a vastidao imensa! Eu queria ser a Pedra que nao pensa, A pedra do caminho, rude e forte! Eu queria ser o Sol, a luz intensa, O bem do que e humilde e nao tem sorte! Eu queria ser a arvore tosca e densa Que ri do mundo vao e ate da morte! Mas o Mar tambem chora de tristeza… As arvores tambem, como quem reza, Abrem, aos Ceus, os bracos, como um crente! E o Sol altivo e forte, ao fim de um dia, Tem lagrimas de sangue na agonia! E as Pedras... essas... pisa-as toda a gente!... |
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from Mariza - Terra (2009) | |||||
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from Mariza - Terra (2009) | |||||
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from Mariza - Terra (2009)
De Rosa ao peito na roda
Eu bailei com quem calhou Tantas voltas dei bailando Que a rosa se desfolhou Quem tem, quem tem Amor a seu jeito Colha a rosa branca Ponha a rosa ao peito O roseira, roseirinha Roseira do meu jardim Se de rosas gostas tanto Porque nao gostas de mim? |
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from Mariza - Terra (2009)
Apenas quando as lagrimas me dao
Um sentido mais fundo ao teu segredo E que eu me sinto puro e me concedo A graca de escutar o coracao Logo a seguir (porque?), vem a suspeita De que em nos os dois tudo e premeditado. E as lagrimas entao seguem o fado De tudo quanto o nosso amor rejeita. Nao mais queremos saber do coracao Nem nos importa o que ele nos concede, Regressando, febris, aquela sede Onde so vale o que os sentidos dao. |
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from Mariza - Terra (2009)
Ondas sagradas do Tejo
Deixa-me beijar as tuas aguas Deixa-me dar-te um beijo Um beijo de magoa Um beijo de saudade Para levar ao mar e o mar a minha terra Nas tuas ondas cristalinas Deixa-me dar-te um beijo Na tua boca de menina Deixa-me dar-te um beijo, oh Tejo Um beijo de magoa Um beijo de saudade Para levar ao mar e o mar a minha terra Minha terra e aquela pequenina E Cabo Verde terra minha Aquela que no mar parece crianca E filha do oceano E filha do ceu Terra da minha mae terra dos meus amores Bejo Di Sodade Onda sagrada di Tejo Dixam'bejabu bo agua Dixam'dabu um beijo Um bejo di magoa Um bejo di sodadi Pa bo leva mar, pa mar leval'nha terra Na bos onda cristalina Dixam'dabu um beijo Na bo boca di mimina Dixam'dabu um beijo oh Tejo Um bejo di magoa Um bejo di sodadi Pa bo leva mar, pa mar leval'nha terra Nha terra e quel piquinino E Cabo Verde, quel que di meu Terra que na mar parce minino E fidjo d'oceano E fidjo di ceu Terra di nha mae Terra di nha cretcheu |
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from Mariza - Terra (2009)
Quando o sol vai caindo sobre as aguas
Num nervoso de liqueo de ouro intenso de onde vem essa voz cheia de magua com que falas a terra o mar imeso O mar Tu falas de festins e cavalgadas de cavaleiros errantes ao luar falas de caravelas encantadas que dormem em teu seio a solucar tens cantos de epopeias Tens anseios de amarguras tu tens tambem receios o mar cheio de esperanca e magestade de onde vem essa voz o mar amigo talvez a voz de um Portugal antigo Chamando por Camoes numa saudade Chamando por Camoes numa saudade Tu falas de festins e cavalgadas De cavaleiros errantes ao luar Falas de caravelas encantadas que dormem em teu seio a solucar tens cantos de epopeias tens anseios de amarguras tu tens tambem receios o mar Cheio de esperanca e magestade de onde vem essa voz o mar amigo talvez a voz de um Portugal antigo Chamando por Camoes numa saudade Chamando por Camoes numa saudade |
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from Mariza - Terra (2009)
Ah caminhos da fronteira
Porque me haveis de guardar Alem sao terras de Espanha Quem as descobre ao luar Ah caminhos da fronteira Porque me haveis de guardar Oh aguas do rio Minho Porque me haveis de chorar Todos os mocos da raia Teem alma p'ra cantar Oh agua do rio Minho Porque me haveis de chorar Muralhas do mar formoso Alevantem-se ao meu lado Ja vejo o mar tenebroso Por tras do mar azulado Muralhas do mar formoso Alevantem-se ao meu lado Rio Minho e rio norte Rio Lima e rio sul Depois o mar continua Aquela fronteira azul Rio Minho e rio norte Rio Lima e rio sul E tudo e mar tenebroso Para alem do rio Minho Espanha que o luar banha E que em meu sonho adivinho E tudo e mar tenebroso Para alem do rio Minho |
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from Mariza - Terra (2009)
Quando Lisboa anoitece
Como um veleiro sem velas Alfama toda parece Uma casa sem janelas Aonde o povo arrefece E numa agua-furtada No espaco roubado a magoa Que Alfama fica fechada Em quatro paredes de agua Quatro paredes de pranto Quatro muros de ansiedade Que a noite fazem o canto Que se acende na cidade Fechada em seu desencanto Alfama cheira a saudade Alfama nao cheira a fado Cheira a povo, a solidao, Cheira a silencio magoado Sabe a tristeza com pao Alfama nao cheira a fado Mas nao tem outra cancao. |
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from Mariza - Terra (2009)
Cresce a noite pelas ruas de Lisboa
E os meninos como eu foram dormir So eu fico com o sonho que ja voa Nesta estranha minha forma de sentir Deixo o quarto com passinhos de menina Num silencio que respeita o mais sagrado Quando o brilho dos meus olhos na cortina Se deleitam ao ouvir cantar o fado Meu amor, vai-te deitar, ja e tarde Diz meu pai sempre que vem perto de mim Nesse misto de orgulho e de saudade De quem sente um novo amor no meu jardim E adormeco nos seus bracos de guitarra Doce embalo que renasce a cada dia Esse sonho de cantar a madrugada Que foi berco num tasco da Mouraria |
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from Mariza - Terra (2009)
Traz o vento as horas
Em que o amor em mim refez, Entre o medo e as demoras, Os silencios sem "porques". Vao no vento os medos Que soubeste a minha voz. Guardo ao vento os meus segredos E a razao de sermos nos. Meu amor, As ruas da cidade Canto o amor, Na voz de uma saudade, Que o amor E um fado sem idade Vem no vento a chuva Que se entrega ao meu olhar Quando a alma em mim se curva E teima em nao querer quebrar. E quando o tempo levar o sal do pranto Apagando a dor do fim, Escondo-me num fado e canto Como canta o vento em mim. Meu amor, As ruas da cidade Canto amor Na voz de uma saudade Quando o amor E mais que uma ansiedade, E a dor Dum fado sem idade... |
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from Mariza - Terra (2009)
Como se eu mandasse nas palabras
Pediram-me que a dor fosse um sorriso Como se eu mandasse nas palabras Disseram-me ser louca e ser juizo Como se eu mandasse nas palabras Falaram-me que a agua era o deserto Como se eu mandasse nas palabras Disseram ser o mesmo o longe e o perto Palabras nao sao so aquilo que eu oico Nao pecam que eu lhes ganhe ou nao as sinta Palavras sao demais para o que posso Nao queiram que eu as venca ou que lhes minta Como se eu mandasse nas palabras Quiseram que trocasse Sol por Lua Como se eu mandasse nas palabras Disseram-me que amar-te era ser tua Como se eu mandasse nas palabras Quiseram que emendasse o que esta escrito Para que? Se eu mandasse nas palabras Daria agora o dito por nao dito. Palabras nao sao so aquilo que oico Nao pecam que eu lhes ganhe ou que nao as sinta Palavras sao demais para o que posso Nao queiram que eus as venca ou que lhe minta. |
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from Mariza - Terra (2009)
As guitarras sao um dom de Deus
As guitarras dao um som a vida E as cancoes que encantam todos os coracoes Ficam mais bonitas. As guitarras sao amores meus Sons talhados como pedras finas E as cancoes que aquecem todas as paixoes Ficam mais bonitas. Meu amor Vem sonhar Que ao som das guitarras, Esquecem-se as guerras, Vai-se a dor. Meu amor Vem cantar Junto com as guitarras. |
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from Mariza - Terra (2009)
No meu deserto de agua
Nao havia luz para te olhar Tive que roubar a lua Para te poder iluminar Quando iluminei o teu rosto Fez-se dia no meu corpo Enquanto eu te iluminava Minha alma nascia de novo refrao: Sao as pequenas verdades As que guiam o meu caminho Verdades brancas Como a manha Que abre a janela do nosso destino Como o teu olhar Quando tu me olhas Como a tua lembranca Depois de partires E verdade que a sombra do ar me queima E e verdade que sem ti eu morro de pena Misteriosa era a tua boca Misterioso o meu lamento Mas nao se o nosso amor de primavera Foi mentira ou uma paixao verdadeira Quando a solidao regresse Cega de amor irei ate a morte As verdades so existem pelos recantos da mente Essa pequenas verdades que giram o meu caminho |
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from Mariza - Terra (2009)
Diz me rio que conheco
Como nao conheco a mim Quanta magua vai correr Ate o desamor ter fim Tu nem me ouves lanceiro Por entre vales e montes Matando a sede ao salgueiro Lavando a alma das fontes Vi o meu amor partir Num comboio de vaidades Foi a procura de mundo No carrocel das cidades Onde o viver e folgado E dizem nao ha solidao Mas eu no meu descampado Nao tenho essa ilusao Se eu fosse nuvem branca E nao um farrapo de gente Vertia-me aguaceiro Dentro da tua corrente E assim corria sem dor Sem de mim querer saber E como tu nesse rumor Amava sem me prender Vem rio que se faz tarde para chegares a parte incerta espalha por esses montes que tenho a morada aberta (bis) |
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from Mariza - Terra (2009) | |||||
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from Mariza - Terra (2009)
De Rosa ao peito na roda
Eu bailei com quem calhou Tantas voltas dei bailando Que a rosa se desfolhou Quem tem, quem tem Amor a seu jeito Colha a rosa branca Ponha a rosa ao peito O roseira, roseirinha Roseira do meu jardim Se de rosas gostas tanto Porque nao gostas de mim? |
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from Mariza - Terra (2009)
Apenas quando as lagrimas me dao
Um sentido mais fundo ao teu segredo E que eu me sinto puro e me concedo A graca de escutar o coracao Logo a seguir (porque?), vem a suspeita De que em nos os dois tudo e premeditado. E as lagrimas entao seguem o fado De tudo quanto o nosso amor rejeita. Nao mais queremos saber do coracao Nem nos importa o que ele nos concede, Regressando, febris, aquela sede Onde so vale o que os sentidos dao. |
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from Mariza - Terra (2009) | |||||
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from Mariza - Fado Curvo (2006)
O silencio da guitarra
Que a minha alma se agarra Como se fora de fogo Em meu peito se demora Qu´a alegria tambem chora E apaga tanto desgosto Este silencio do Tejo Sem ter boca para um beijo Nem olhos para chorar Gaivota presa no vento Um barco de sofrimento Que teima sempre em voltar Lisboa, cais de saudade Onde uma guitarra ha-de Tocar-nos um triste fado Quando a alma se agiganta A tristeza tambem canta Num pranto quase parado |
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from Mariza - Fado Curvo (2006)
Do vale a montanha
Da montanha ao monte Cavalo de sombra Cavaleiro monge Por casas, por prados Por quinta e por fonte Caminhais aliados Do vale a montanha Da montanha ao monte Cavalo de sombra Cavaleiro monge Por penhascos pretos Atras e defronte Caminhais secretos Do vale a montanha Da montanha ao monte Cavalo de sombra Cavaleiro monge Por plainos desertos Sem ter horizontes Caminhais libertos Do vale a montanha Da montanha ao monte Cavalo de sombra Cavaleiro monge Por invios caminhos Por rios sem ponte Caminhos sozinhos Do vale a montanha Da montanha ao monte Cavalo de sombra Cavaleiro monge Por quanto e sem fim Sem ninguem que o conte Caminhais em mim. |
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from Mariza - Fado Curvo (2006)
Eu fui a Feira de Castro
P'ra comprar um par de meias Vim de la cumas chanatas E dois brincos nas orelhas As minhas ricas tamancas Pediam traje a rigor Vestido curto e decote Por vias deste calor Quem vai a Feira de Castro E se apronta tao bonito Nao pode acabar a Feira Sem entrar no bailarico Sem entrar no bailarico A modos que bailacao Ai que me deu um fanico Nos bracos de um manganao Vai acima, vai abaixo Mais beijinho, mais bejeca E la se foi o capaho Qu'iludiu me coracao E fui a Feira de Castro E vim da Fira de Castro E jurei para mais nao... |
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from Mariza - Fado Curvo (2006)
Horas mortas, noite escura
Uma guitarra a trinar Uma mulher a cantar O seu fado de amargura E atraves da vidraca Enegrecida e quebrada A sua voz magoada Entristece quem la passa Refrao: Vielas de Alfama Ruas de Lisboa antiga Nao ha fado que nao diga Coisas do vosso passado Vielas de Alfama Beijadas pelo luar Quem me dera la morar Pra viver junto do fado A lua as vezes desperta E apanha desprevenidas Duas bocas muito unidas Numa porta entreaberta Entao a lua corada Ciente da sua culpa Como quem pede desculpa Esconde-se envergonhada Refrao |
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from Mariza - Fado Curvo (2006)
No teu rosto comeca a madrugada.
Luz abrindo De rosa em rosa, Transparente e molhada. Melodia Distante mas segura; Irrompendo da terra, Quente, redonda, madura. Mar imenso, Praia deserta, horizontal e calma. Sabor agreste. Rosto da minha alma. |
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from Mariza - Fado Curvo (2006)
No templo que e so do fado
A alma e como um jardim Onde as flores dancam de lado Na ventania sem fim Aguentarao, pobrezinhas, As furias da natureza? Paixao nao e linha recta Nem fado e a certeza O fado e como um jogo Que deus inventou inspirado Se nos pos ca nesta vida Foi para jogar o fado Na mesa dos sentimentos O coracao e um dado E rola com as guitarras E da um numero que e fado O um, o dois e o tres, Faces da mesma verdade. O quatro e o cinco ja sao O jogo da felicidade O numero seis e saudade Por ela venho cantar Abriram-me as portas a alma E agora e ve-la dancar |
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from Mariza - Fado Curvo (2006) | |||||
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from Mariza - Fado Curvo (2006)
Cheguei a meio da vida ja cansada
De tanto caminhar! ja me perdi! Dum estranho pais que nunca vi Sou neste mundo imenso a exilada. Tanto tenho aprendido e nao sei nada. E as torres de marfim que construi Em tragica loucura as destrui Por minhas proprias maos de malfadada! Se eu sempre fui assim este mar morto: Mar sem mares, sem vagas e sem porto Onde velas de sonhos se rasgaram! Caravelas doiradas a bailar... Ai quem me dera as que eu deitei ao mar! As que eu lancei a vida, e nao voltaram!... |
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from Mariza - Fado Curvo (2006) | |||||
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from Mariza - Fado Curvo (2006)
Deserto
Imperio do Sol Tao perto Imperio do Sol Prova dos nove Da solidao Cega miragem Largo clarao Livre prisao Sem a menor aragem Sem a menor aragem Que grande mar De ondas paradas Que grande areal De formas veladas Vitoria do espaco Imensidao Ponto de fuga Ampliacao Livre prisao Anfitriao selvagem Anfitriao selvagem No deserto Ouco o fundo da alma E, se a areia esta calma, O bater do coracao E que tanto deserto Tao de repente Faz-me pensar Que o deserto sou eu Se nao me vieres buscar |
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from Mariza - Fado Curvo (2006)
Todo o amor que nos prendera
Como se fora de cera Se quebrava e desfazia Ai funesta primavera Quem me dera, quem nos dera Ter morrido nesse dia E condenaram-me a tanto Viver comigo meu pranto Viver, viver e sem ti Vivendo sem no entanto Eu me esquecer desse encanto Que nesse dia perdi Pao duro da solidao E somente o que nos dao O que nos dao a comer Que importa que o coracao Diga que sim ou que nao Se continua a viver Todo o amor que nos prendera Se quebrara e desfizera Em pavor se convertia Ninguem fale em primavera Quem me dera, quem nos dera Ter morrido nesse dia |
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from Mariza - Fado Curvo (2006)
Se passares pelo adro
No dia do meu enterro Diz a terra, tu nao coma Os aneis do meu cabelo Ja nao digo que viesses Cobrir de rosas meu rosto Ou que num choro dissesses A qualquer do teu desgosto Nem te lembro que beijasses Meu corpo delgado e belo Mas que sempre me guardasses Os aneis do meu cabelo |
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from Mariza - Concerto Em Lisboa (2007)
Sou do fado
Como sei Vivo um poema cantado De um fado que eu inventei A falar Nao posso dar-me Mas ponho a alma a cantar E as almas sabem escutar-me Chorai, chorai Poetas do meu pais Troncos da mesma raiz Da vida que nos juntou E se voces nao estivessem a meu lado Entao nao havia fado Nem fadistas como eu sou Esta voz tao dolorida E culpa de todos vos Poetas da minha vida E loucura, ouco dizer Mas bendita esta loucura de cantar e de sofrer Chorai, chorai Poetas do meu pais Troncos da mesma raiz Da vida que nos juntou E se voces nao estivessem a meu lado Entao nao havia fado Nem fadistas como eu sou |
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from Mariza - Concerto Em Lisboa (2007)
Quem dorme a noite comigo
E meu segredo, Mas se insistirem, lhes digo, O medo mora comigo, Mas so o medo, mas so o medo. E cedo porque me embala Num vai-vem de solidao, E com silencio que fala, Com voz de movel que estala E nos perturba a razao. Gritar: quem pode salvar-me Do que esta dentro de mim Gostava ate de matar-me, Mas eu sei que ele ha-de esperar-me Ao pe da ponte do fim. |
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from Mariza - Concerto Em Lisboa (2007)
E varina, usa chinela,
Tem movimentos de gata Na canastra, a caravela, No coracao, a fragata Na canastra, a caravela, No coracao, a fragata Em vez de corvos no xaile Gaivotas vem pousar Quando o vento a leva ao baile, Baila no baile com o mar Quando o vento a leva ao baile Baila no baile com o mar E de conchas o vestido Tem algas na cabeleira E nas veias o latido Do motor duma traineira E nas veias o latido Do motor duma traineira Vende sonho e maresia, Tempestades apregoa, Seu nome proprio - maria, Seu apelido - lisboa Seu nome proprio - maria Seu apelido - lisboa |
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from Mariza - Concerto Em Lisboa (2007)
Ando na berma
Tropeco na confusao Desco a avenida E toda a cidade estende-me a mao Sigo na rua, a pe, e a gente passa Apressada, falando, o rio defronte Voam gaivotas no horizonte So o teu amor e tao real So o teu amor… Sao montras, ruas E o transito Nao para ao sinal Sao mil pessoas Atravessando na vida real Os desenganos, emigrantes, ciganos Um dia normal, Como a brisa que sopra do rio Ao fim da tarde Em Lisboa afinal So o teu amor e tao real So o teu amor… Gente que passa A quem se rouba o sossego Gente que engrossa As filas do desemprego, Sao vendedores, policias, bancas, jornais Como os barcos que passam tao perto Tao cheios Partindo do cais So o teu amor e tao real So o teu amor… |
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from Mariza - Concerto Em Lisboa (2007)
Ha uma musica do Povo
Nem sei dizer se e um Fado ? Que ouvindo-a ha um ritmo novo No ser que tenho guardado... Ouvindo-a sou quem seria Se desejar fosse ser ... E uma simples melodia Das que se aprendem a viver... Mas e tao consoladora A vaga e triste cancao... Que a minha alma ja nao chora Nem eu tenho coracao... Sou uma emocao estrangeira, Um erro de sonho ido... Canto de qualquer maneira E acabo com um sentido |
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from Mariza - Concerto Em Lisboa (2007)
Olha o sol que vai nascendo,
Anda ver o mar, Os meninos vao correndo Ver o sol chegar Menino sem condicao Irmao de todos os nus Tira os olhos do chao, Vem ver a luz Menino do mal trajar Um novo dia la vem So quem souber cantar Vira tambem Negro, Bairro negro, Bairro negro Onde nao ha pao Nao ha sossego Menino pobre teu lar Queira ou nao queira o papao Ha-de um dia cantar Esta cancao Olha o sol Que vai nascendo... Se ate da gosto cantar Se toda a terra sorri Quem te nao ha-de amar Menino a ti? Se nao e furia a razao Se toda a gente quiser Um dia has-de aprender Haja o que houver Negro bairro negro, Bairro negro Onde nao ha pao Nao ha sossego Menino pobre o teu lar Queira ou nao queira o papao Ha-de um dia cantar Esta cancao Olha o sol que vai nascendo Anda ver o mar |
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from Mariza - Concerto Em Lisboa (2007)
Trago um Fado no meu canto,
Canto a noite ate ser dia Do meu povo trago o pranto No meu canto a Mouraria Tenho saudades de mim Do meu amor mais amado Eu canto um pais sem fim O mar, a terra, o meu Fado Meu Fado Meu De mim so me falto eu Senhora da minha vida Do sonho, digo que e meu E dou por mim ja nascida Trago um Fado no meu canto Na minh'alma vem guardado Vem por dentro do meu espanto A procura do meu Fado Meu Fado Meu |
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from Mariza - Concerto Em Lisboa (2007)
Duas lagrimas de orvalho
Cairam nas minhas maos Quando te afaguei o rosto Pobre de mim pouco valho P'ra te acudir na desgraca P'ra te valer no desgosto Porque choras nao me dizes Nao e preciso dize-lo Nao dizes eu adivinho Os amantes infelizes Deveriam ter coragem Para mudar de caminho P'lo amor damos a alma Damos corpo damos tudo Ate cansarmos na jornada Mas quando a vida se acalma O que era amor e saudade E a vida ja nao e nada Se estas a tempo, recua Amordaca o coracao Mata o passado e sorri Mas se nao estas, continua Disse-me isto minha mae Ao ver-me chorar por ti |
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from Mariza - Concerto Em Lisboa (2007)
Do vale a montanha
Da montanha ao monte Cavalo de sombra Cavaleiro monge Por casas, por prados Por quinta e por fonte Caminhais aliados Do vale a montanha Da montanha ao monte Cavalo de sombra Cavaleiro monge Por penhascos pretos Atras e defronte Caminhais secretos Do vale a montanha Da montanha ao monte Cavalo de sombra Cavaleiro monge Por plainos desertos Sem ter horizontes Caminhais libertos Do vale a montanha Da montanha ao monte Cavalo de sombra Cavaleiro monge Por invios caminhos Por rios sem ponte Caminhos sozinhos Do vale a montanha Da montanha ao monte Cavalo de sombra Cavaleiro monge Por quanto e sem fim Sem ninguem que o conte Caminhais em mim. |
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from Mariza - Concerto Em Lisboa (2007)
Se ser fadista e ser lua
E perder o sol de vista Ser estatua que se insinua Entao eu nao sou fadista. Se ser fadista e ser triste E ser lagrima prevista Se por magoa o fado existe Entao eu nao sou fadista. Se ser fadista e, no fundo, Uma palavra trocista Rocando as bocas do mundo Entao eu nao sou fadista Mas se e partir a conquista De tanto verso ignorado Entao eu nao sou fadista Eu sou mesmo o proprio fado! |
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from Mariza - Concerto Em Lisboa (2007)
Ha palavras que nos beijam
Como se tivessem boca. Palavras de amor, de esperanca, De imenso amor, de esperanca louca. Palavras nuas que beijas Quando a noite perde o rosto; Palavras que se recusam Aos muros do teu desgosto. De repente coloridas Entre palavras sem cor, Esperadas, inesperadas Como a poesia ou o amor. (O nome de quem se ama Letra a letra revelado No marmore distraido No papel abandonado) Palavras que nos transportam Aonde a noite e mais forte, Ao silencio dos amantes Abracados contra a morte. |
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from Mariza - Concerto Em Lisboa (2007)
Eu fui a Feira de Castro
P'ra comprar um par de meias Vim de la cumas chanatas E dois brincos nas orelhas As minhas ricas tamancas Pediam traje a rigor Vestido curto e decote Por vias deste calor Quem vai a Feira de Castro E se apronta tao bonito Nao pode acabar a Feira Sem entrar no bailarico Sem entrar no bailarico A modos que bailacao Ai que me deu um fanico Nos bracos de um manganao Vai acima, vai abaixo Mais beijinho, mais bejeca E la se foi o capaho Qu'iludiu me coracao E fui a Feira de Castro E vim da Fira de Castro E jurei para mais nao... |
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from Mariza - Concerto Em Lisboa (2007)
Eu queria ser o Mar de altivo porte
Que ri e canta, a vastidao imensa! Eu queria ser a Pedra que nao pensa, A pedra do caminho, rude e forte! Eu queria ser o Sol, a luz intensa, O bem do que e humilde e nao tem sorte! Eu queria ser a arvore tosca e densa Que ri do mundo vao e ate da morte! Mas o Mar tambem chora de tristeza… As arvores tambem, como quem reza, Abrem, aos Ceus, os bracos, como um crente! E o Sol altivo e forte, ao fim de um dia, Tem lagrimas de sangue na agonia! E as Pedras... essas... pisa-as toda a gente!... |
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from Mariza - Concerto Em Lisboa (2007)
Todo o amor que nos prendera
Como se fora de cera Se quebrava e desfazia Ai funesta primavera Quem me dera, quem nos dera Ter morrido nesse dia E condenaram-me a tanto Viver comigo meu pranto Viver, viver e sem ti Vivendo sem no entanto Eu me esquecer desse encanto Que nesse dia perdi Pao duro da solidao E somente o que nos dao O que nos dao a comer Que importa que o coracao Diga que sim ou que nao Se continua a viver Todo o amor que nos prendera Se quebrara e desfizera Em pavor se convertia Ninguem fale em primavera Quem me dera, quem nos dera Ter morrido nesse dia |
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from Mariza - Concerto Em Lisboa (2007) | |||||
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from Mariza - Concerto Em Lisboa (2007)
E meu e vosso este fado
Destino que nos amarra Por mais que seja negado As cordas de uma guitarra Sempre que se ouve o gemido De uma guitarra a cantar Fica-se logo perdido Com vontade de chorar O gente da minha terra Agora e que eu percebi Esta tristeza que trago Foi de vos que recebi E pareceria ternura Se eu me deixasse embalar Era maior a amargura Menos triste o meu cantar O gente da minha terra Agora e que eu percebi Esta tristeza que trago Foi de vos que recebi (SOLO) O gente da minha terra Agora e que eu percebi Esta tristeza que trago Foi de vos que recebi |
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from World 2002 (2002)
Ouca la, o senhor vinho
Vai responder-me, mas com franqueza, Porque e que tira toda a firmeza A quem encontra no seu caminho? La por beber um copinho a mais, Ate pessoas pacatas, amigo vinho, Em desalinho, Vossa merce faz andar de gatas! E mau o procedimento E a intencao daquilo que faz, Entra-se em desiquilibrio, Nao ha equilibrio que seja capaz, As leis da fisica falham E a vertical de qualquer lugar Oscila sem se deter e deixa de ser prependicular! Eu ja fui, responde o vinho, A folha solta a bailar ao vento Que o raio de Sol do firmamento Me trouxe a uva doce carinho. Ainda guardo o calor do Sol E assim eu ate dou vida, Aumento o valor seja de quem for Na boa conta, peso e medida E so faco mal a quem me julga ninguem, Faz pouco de mim, Quem me trata como agua, E ofensa paga, eu ca sou assim Vossa merce tem razao, E ingratidao falar mal do vinho E a provar o que digo Vamos, meu amigo, a mais um copinho (Instrumental) Eu ja fui, responde o vinho, A folha solta a bailar ao vento Que o raio de Sol do firmamento Me trouxe a uva doce carinho. Ainda guardo o calor do Sol E assim eu ate dou vida, Aumento o valor seja de quem for Na boa conta, peso e medida E so faco mal a quem me julga ninguem, Faz pouco de mim, Quem me trata como agua, E ofensa paga, eu ca sou assim Vossa merce tem razao, E ingratidao falar mal do vinho E a provar o que digo Vamos, meu amigo, a mais um copinho |
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from Javier Limon - Mujeres de Agua (2011) | |||||
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from Javier Limón - Mujeres De Agua (2011) | |||||
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from Rui Veloso - Ao Vivo no Pavilhao Atlantico (ao vivo) (2009) |